Um de cada cinco funcionários da Omega Balanças é engenheiro. São cinco profissionais da área de computação e um eletrônico, e ainda um futuro engenheiro mecânico.
Os números ilustram a importância que a empresa de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, dá à inovação e ao desenvolvimento próprio de produtos. Seu modelo de negócios garantiu a conquista da categoria Indústria Pequena do Prêmio Bem Feito no Paraná 2015, uma realização da Gazeta do Povo em parceria com a Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo.
Embora privilegie as tecnologias que cria ou aprimora dentro de casa, a Omega não trabalha sempre sozinha. A sócia Kelly Hirata da Silva ressalta que a companhia já buscou apoio de instituições como a Universidade Federal do Paraná, e hoje toca alguns projetos em parceria com os Institutos Lactec.
Origem
O empreendimento nasceu em 1999 na garagem da casa de Mariano Alves da Silva Neto, pai de Kelly. Ele e os sócios Givar Xavier do Nascimento e Edson Martins trabalhavam na produção de balanças rodoviárias da Siemens e decidiram persistir na atividade depois que a multinacional alemã se retirou do ramo.
Dezesseis anos depois, a Omega tem pouco mais de 90 balanças instaladas no país e disputa o mercado brasileiro com concorrentes de peso como a Toledo do Brasil e a canadense PAT Traffic. A estrutura enxuta, que em alguns momentos pode ser uma desvantagem, é também um ponto forte.
Enquanto a concorrência oferece equipamentos padronizados, a empresa paranaense é mais maleável para produzir todo o sistema de pesagem ao gosto do cliente – da balança propriamente dita aos sistemas de semáforos, classificação dos veículos, autuação e controle de evasão. Tudo integrado por softwares da própria Omega.
“Cada encomenda é um projeto completamente novo. Como a escala de produção é baixa, temos mais facilidade para modificar o equipamento e o sistema”, diz Kelly.
A empresária assumiu os negócios após a morte do pai, em 2011, e divide o controle com Givar Xavier – o terceiro fundador, Edson Martins, deixou a empresa alguns anos atrás. Outro filho de Mariano, Jonas, também trabalha na Omega, na área de engenharia.
Mercado externo
Flexibilidade foi fundamental para a primeira – e, por enquanto, única – exportação da empresa, que em 2012 instalou três balanças na Costa Rica. “Passamos quase seis meses adequando nosso sistema à legislação do país, bem diferente da brasileira”, conta David França, gerente comercial.
À primeira vista, o cenário brasileiro é promissor: o governo federal quer conceder 7 mil quilômetros em 16 rodovias até o fim de 2016, e implantar nos próximos anos pelo menos 35 Postos Integrados Automatizados de Fiscalização (Piafs), versão mais moderna dos sistemas de pesagem construídos na década de 1970.
Ainda assim, o mercado local é muito vulnerável a crises no Executivo, como a atual, que paralisa investimentos públicos e privados. Por isso, a principal meta da Omega é conquistar novos contratos no exterior.
“Estamos trabalhando com a Apex-Brasil [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos] e aprimorando nossos produtos para sermos conhecidos lá fora. O objetivo é alcançar países da América Latina, como Chile e Paraguai”, conta Kelly.