Um de cada cinco funcionários da Omega Balanças é engenheiro. São cinco profissionais da área de computação e um eletrônico, e ainda um futuro engenheiro mecânico.
VÍDEO: Conheça o trabalho da Omega Balanças
SEM PARAR
Os sistemas de pesagem mais comuns são do tipo dinâmico, ou seja, o caminhão é pesado em movimento. As rodas passam sobre placas equipadas com circuitos eletrônicos que enviam dados ao sistema, que então calcula o peso total. A fiscalização é feita com duas balanças. A primeira é a de seleção, sobre a qual o caminhão pode passar a até 60 km/h. Se não houver suspeita de sobrepeso, o veículo pode voltar à rodovia. Caso contrário, é encaminhado à balança de precisão, pela qual passa a no máximo 12 km/h. É a medição desse equipamento que vai resultar (ou não) em multa.
Os números ilustram a importância que a empresa de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, dá à inovação e ao desenvolvimento próprio de produtos. Seu modelo de negócios garantiu a conquista da categoria Indústria Pequena do Prêmio Bem Feito no Paraná 2015, uma realização da Gazeta do Povo em parceria com a Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo.
Embora privilegie as tecnologias que cria ou aprimora dentro de casa, a Omega não trabalha sempre sozinha. A sócia Kelly Hirata da Silva ressalta que a companhia já buscou apoio de instituições como a Universidade Federal do Paraná, e hoje toca alguns projetos em parceria com os Institutos Lactec.
Origem
O empreendimento nasceu em 1999 na garagem da casa de Mariano Alves da Silva Neto, pai de Kelly. Ele e os sócios Givar Xavier do Nascimento e Edson Martins trabalhavam na produção de balanças rodoviárias da Siemens e decidiram persistir na atividade depois que a multinacional alemã se retirou do ramo.
Dezesseis anos depois, a Omega tem pouco mais de 90 balanças instaladas no país e disputa o mercado brasileiro com concorrentes de peso como a Toledo do Brasil e a canadense PAT Traffic. A estrutura enxuta, que em alguns momentos pode ser uma desvantagem, é também um ponto forte.
Enquanto a concorrência oferece equipamentos padronizados, a empresa paranaense é mais maleável para produzir todo o sistema de pesagem ao gosto do cliente – da balança propriamente dita aos sistemas de semáforos, classificação dos veículos, autuação e controle de evasão. Tudo integrado por softwares da própria Omega.
“Cada encomenda é um projeto completamente novo. Como a escala de produção é baixa, temos mais facilidade para modificar o equipamento e o sistema”, diz Kelly.
COMITÊ
Depois da morte de seu acionista majoritário, em 2011, a Omega criou um comitê administrativo que elabora o planejamento estratégico e toma as principais decisões. Ele é formado pelos dois sócios, Kelly Hirata e Givar Xavier; pelo gerente comercial, David França; o gerente administrativo e jurídico, Oscar Luna; e pelo supervisor de processos e produção, Filipe Adrian Nascimento.
A empresária assumiu os negócios após a morte do pai, em 2011, e divide o controle com Givar Xavier – o terceiro fundador, Edson Martins, deixou a empresa alguns anos atrás. Outro filho de Mariano, Jonas, também trabalha na Omega, na área de engenharia.
Mercado externo
Flexibilidade foi fundamental para a primeira – e, por enquanto, única – exportação da empresa, que em 2012 instalou três balanças na Costa Rica. “Passamos quase seis meses adequando nosso sistema à legislação do país, bem diferente da brasileira”, conta David França, gerente comercial.
À primeira vista, o cenário brasileiro é promissor: o governo federal quer conceder 7 mil quilômetros em 16 rodovias até o fim de 2016, e implantar nos próximos anos pelo menos 35 Postos Integrados Automatizados de Fiscalização (Piafs), versão mais moderna dos sistemas de pesagem construídos na década de 1970.
Ainda assim, o mercado local é muito vulnerável a crises no Executivo, como a atual, que paralisa investimentos públicos e privados. Por isso, a principal meta da Omega é conquistar novos contratos no exterior.
“Estamos trabalhando com a Apex-Brasil [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos] e aprimorando nossos produtos para sermos conhecidos lá fora. O objetivo é alcançar países da América Latina, como Chile e Paraguai”, conta Kelly.
Crise aumenta importância da receita de serviços
A Omega tem dois tipos de clientes: as concessionárias de rodovias, obrigadas por contrato a instalar postos de pesagem, e as operadoras de balanças em estradas não pedagiadas. Assim, quando o governo reduz o ritmo de concessões ou investe menos nas rodovias sob sua responsabilidade, o mercado esfria.
É o que ocorre agora. Os leilões de concessão têm sido adiados e, por decisão da Justiça, mais de 70 postos de pesagem do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estão fechados há mais de um ano. O resultado é uma forte retração no mercado. A pouco mais de um mês do fim do ano, o faturamento da Omega está 25% abaixo dos R$ 4,5 milhões de 2014.
O resultado vai melhorar se a empresa conseguir fechar novos contratos de manutenção que estão em negociação. Embora seja uma indústria, a Omega fatura mais com a prestação de serviços que com produtos. Em 2013 e 2014, pouco mais de 65% das receitas vieram de assistência técnica, manutenção e outros serviços. Neste ano, a fatia saltou para 75%.
Uma das fontes de receita são as mudanças na legislação. Neste ano, por exemplo, o governo elevou a margem de tolerância para o sobrepeso dos caminhões, o que exigiu atualizações nos softwares fornecidos pela companhia.
Inmetro
Enquanto a demanda não reage, a Omega adapta seus sistemas às novas regras do Inmetro, conta o engenheiro Thiago Mayer. “Também estamos desenvolvendo alguns equipamentos eletrônicos em parceria com o Lactec”, diz.
Congresso prepara reação à decisão de Dino que suspendeu pagamento de emendas parlamentares
O presente do Conanda aos abortistas
Governo publica indulto natalino sem perdão aos presos do 8/1 e por abuso de autoridade
Após operação da PF, União Brasil deixa para 2025 decisão sobre liderança do partido na Câmara
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast