Na região Noroeste do estado, considerada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) como o segundo maior pólo confeccionista do país, a falta de mão de obra especializada também é fortemente sentida. Apenas na região de Maringá são pelo menos 2,5 mil vagas disponíveis no setor, segundo o Sindicato da Indústria do Vestuário de Maringá (Sindvest).
A região conta com 1,2 mil indústrias, que produzem sete milhões de peças por mês e têm faturamento mensal conjunto de R$ 130 milhões. Para o presidente da Sindvest, Carlos Roberto Pechek, se todas as vagas fossem preenchidas, as empresas poderiam ter um aumento de pelo menos 10% na produção.
Para ele, além do aquecimento do mercado, outro fator que colaborou para a falta de trabalhadores é o desinteresse na área. "Estimamos que 90% da nossa mão de obra é composta por mulheres, que têm um período curto de trabalho, de dez anos, em média. Além disso, as jovens que chegam ao mercado preferem trabalhar em outros setores e não como costureiras".
Uma das indústrias que sentem a falta de costureiras é a de Valdir Scalon, vice-presidente para assuntos estratégicos do Sindvest. Ele explica que vários anúncios de emprego foram divulgados, mas com pouco retorno. Para ele, o problema passa pela falta de incentivos em especialização e campanhas de conscientização, para que os funcionários pensem na carreira profissional a longo prazo.
"Até uns sete anos atrás, tínhamos um sistema forte de capacitação, mas isso não tem mais aparecido", explica Scalon, que também preside o Conselho Municipal do Trabalho em Maringá.
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