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Produção industrial do Paraná recua 15%

A produção industrial paranaense teve retração de 15% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional divulgada nesta terça-feira (7) pelo IBGE. Foi o terceiro maior tombo entre as 14 regiões pesquisadas, atrás apenas da Bahia (-23,2%) e do Amazonas (-18,9%).

Nem mesmo o avanço de 2,4% em relação a janeiro ajudou a amenizar a situação da indústria do Paraná, que acumula queda de 8,3% nos últimos 12 meses e recuo de 13,2% no ano, o quarto maior do país e bem acima da média nacional (-7,1%).

Dez das 13 atividades pesquisadas no estado apresentaram recuo na produção. Mais uma vez, a principal contribuição negativa veio do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, cuja produção despencou 42,7% em fevereiro deste ano sobre o mesmo mês do ano passado.

Também houve redução nas indústrias de produtos de minerais não-metálicos (-26,0%), móveis (-19,4%), outros produtos químicos (-10,5%), alimentos (-11%) e no setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-8,4%).

Na outra ponta, das contribuições positivas, os setores que mais cresceram em fevereiro foram bebidas (8,6%) e celulose, papel e produtos de papel (7,2%), este último impulsionado, segundo análise do IBGE, pela maior produção de fraldas descartáveis.

Pouco dinamismo

Segundo o pesquisador Rodrigo Lobo, da Coordenação de Indústria do IBGE, o menor dinamismo da produção de veículos automotores tem pesado em todos os estados onde atuam fábricas desse segmento.

Em um cenário em que vemos pela primeira vez em muitos anos uma queda da massa real de rendimentos, fica difícil imaginar a indústria com alguma recuperação ao longo deste ano.

Thiago Biscuola economista da RC Consultores.

Assim como o Paraná, regiões como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo têm registrado resultados negativos na produção ante igual mês do ano anterior. “Todos os estados onde há produção de veículos automotores mostram não só queda, mas tem nessa atividade o principal impacto negativo”, disse Lobo.

“Por outro lado, no Amazonas, a produção de televisores é o principal produto que traz a produção industrial para baixo”, destacou. Do lado positivo, o Espírito Santo registrou alta de 25,6% no período, impulsionado não só pela produção de minério de ferro, mas também pelo setor de metalurgia. Onze das 15 regiões pesquisadas nessa comparação (uma a mais do que na comparação de um mês com o imediatamente anterior) registraram atividade menor do que no ano passado.

Juros altos

A desvalorização do real tende a ajudar no médio prazo, mas, por enquanto, a indústria deve sofrer com a menor demanda e os juros mais altos. “Em um cenário em que vemos pela primeira vez em muitos anos uma queda da massa real de rendimentos, fica difícil imaginar a indústria com alguma recuperação ao longo deste ano”, analisou o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores.

Segundo ele, apenas regiões com presença forte do agronegócio e dos segmentos alimentício e extrativo devem se salvar de um desempenho negativo.

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