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Mercado

Projeções do BC e mercado coincidem

A revisão das projeções de inflação do Banco Central aproximou a autoridade monetária das previsões do mercado, e a análise da economia global foi considerada bastante favorável para o Brasil. O único dado relevante do relatório trimestral do BC que ficou um pouco mais distante das expectativas dos economistas foi o do crescimento econômico brasileiro: a instituição elevou de 4,1% para 4,7% sua projeção para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, frente aos 4,3% previstos pela média do mercado.

"Em função da expansão do comércio, da indústria e do emprego, consideramos que um crescimento de 4,3% é bem provável, e não será forte a ponto de gerar inflação", diz o economista Otávio Aidar, da consultoria paulistana Rosenberg & Associados. "O Banco Central usa a inflação e o crescimento para definir a taxa básica de juros [Selic, atualmente em 12% ao ano]. Como ele reduziu a projeção de inflação, estimar um crescimento mais alto pode ser um motivo a mais para não cortar tão rapidamente os juros", sugere.

Alguns economistas, no entanto, acreditam que o crescimento previsto pelo BC pode se concretizar. Pedro Raffy, professor de Economia Brasileira da Trevisan Escola de Negócios, lembra que a nova previsão da instituição considera a revisão do cálculo do PIB feita pelo IBGE, o que não ocorreu no relatório de março. "Além disso, novos dados indicam que setores como o agropecuário vão crescer mais do que se esperava. Por isso, um crescimento de 4,7% é possível", diz Raffy.

Aidar, da Rosenberg, avalia que a queda nas previsões de inflação se deve às projeções "exageradas" do relatório anterior.

Em seu relatório, o BC apontou que a desaceleração da economia norte-americana tem sido compensada pelo crescimento de regiões como a Zona do Euro, a China e o Japão. "Apesar dos problemas com o câmbio, isso significa que a demanda por produtos das empresas brasileiras vai seguir forte", diz o economista Breno Lemos, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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