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O governo brasileiro está atento às oportunidades para aumentar as exportações de carne suína geradas por casos da gripe H1N1, afirmou na quinta-feira o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.

Segundo ele, o Brasil monitora o fluxo comercial entre os maiores produtores e compradores da mercadoria a fim de acionar a iniciativa privada assim que um potencial mercado suspender as importações de regiões infectadas.

"Os países podem adotar medidas protecionistas. Enquanto não adotarem contra o Brasil, isso é oportunidade", disse Barral à Reuters.

Apesar de o H1N1 nunca ter sido encontrado em porcos, vários países anunciaram embargos comerciais à carne das regiões afetadas.

Para Barral, a grande oportunidade surgiria se a carne suína dos Estados Unidos e do Canadá fosse vetada por importantes países consumidores.

"O México (onde surgiu a gripe) quase não exporta para ninguém, mas o Nafta exporta", lembrou, referindo-se ao bloco comercial da América do Norte.

Ele disse que o governo brasileiro já detectou a suspensão das exportações mexicanas por China, Tailândia, Rússia, Líbano e Indonésia.

China e Rússia também deixaram de importar dos Estados norte-americanos que fazem fronteira com o México, mas que não representam muito no comércio exterior do produto.

De acordo com o secretário, o Brasil produziu 3,015 milhões de toneladas de carne suína em 2008, mas só consumiu 2,390 milhões de toneladas.

No ano passado, o país exportou 467 mil toneladas, de acordo com dados do ministério. Por isso, o secretário destacou que há uma margem da produção excedente que pode ser direcionada ao mercado internacional. "Além disso, a produção pode aumentar", acrescentou.

A iniciativa privada, entretanto, já afirmou que não teria condições de elevar muito de uma hora para outra a produção, com o objetivo de atender uma demanda adicional, visto que o ciclo de vida de um suíno até o abate é de pelo menos um ano.

O principal destino da carne suína brasileira é a Rússia, que importou 220 mil de toneladas do produto no ano passado, o que correspondeu a 735,2 milhões de dólares. A Rússia importou também 134 mil toneladas dos Estados Unidos e 107 mil toneladas do Canadá.

No entanto, Barral ponderou que há o risco de a demanda mundial de carne suína diminuir devido à falta de informação da maioria da população, que pode pensar que a carne transmite o vírus da doença.

Mesmo assim, secretário demonstrou otimismo. "Na gripe aviária e na vaca louca, o Brasil ocupou muito espaço", destacou.

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