Entidade sindical que organiza a manifestação não tem informações sobre o número de agências bancárias fechadas| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Febraban julga paralisação descabida

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) disse, em nota, na última sexta-feira (11), que os bancos exigem que as prestadoras de serviços de vigilância coloquem funcionários nas agências para garantir o atendimento ao público. A federação informou ainda que julga "descabida" a paralisação como maneira de reivindicar o pagamento do adicional de periculosidade, já que o aumento somente poderá ocorrer após regulamentação da nova lei pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e que, "estando esta manifestação dos vigilantes fora da data-base da categoria, será completamente irregular".

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Segurança ficará 20% mais cara a partir de janeiro

A contratação de serviços de segurança pessoal e patrimonial ficará 20% mais cara no Paraná a partir de 2013. O aumento se deve à mudança na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que dá aos trabalhadores da área de segurança o direito a 30% de adicional sobre o salário por risco permanente a roubos e violência física.

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Vigilantes promovem paralisação de um dia nesta segunda-feira e percorrem ruas em busca de adeptos ao movimento
Bancos em várias regiões da cidade também ficaram fechados durante a paralisação, mas reabriram normalmente nesta terça (15)
Manifestação ocorre porque os vigilantes reivindicam o pagamento de um adicional de 30% para compensar os riscos da profissão
Assim como no último dia 14, manifestantes pretendem percorrer vários pontos de Curitiba para impedir vigilantes de trabalharem

Um protesto do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região fecha agências bancárias na capital paranaense nesta segunda-feira (14). A Caixa Econômica Federal já confirmou que a maioria das agências da instituição estão fechadas para atendimento ao público em Curitiba. O banco relata que há uma exigência legal de vigilância, e que, pela falta de agentes, precisou fechar as portas das agências.

Veja fotos da manifestação dos vigilantes.

"Eu acho que toda a categoria tem o direito de protestar quando não está satisfeita. Certamente o objetivo dos vigilantes não é prejudicar os cidadãos, mas reivindicar os seus direitos e nós não vamos morrer por causa de um dia com o banco fechado", afirmou a gerente de empresa Marianna Rodrigues, que precisava fazer alguns pagamentos bancários e encontrou as duas agências que precisava – do Bradesco e da Caixa – fechadas.

Para Tatiane Barth, que tinha horário agendado na Agência da Caixa, na Praça Carlos Gomes, a população é sempre a maior prejudicada no caso das paralisações. "Eu não acho certo. Posso perder um negócio porque não sei se vou conseguir fazer a transferência dentro do prazo", protestou.

Leitores da Gazeta do Povo se manifestam no Facebook e relatam que bancos em outras regiões da cidade também estão fechados. O leitor Geraldo Silva diz que o banco Itaú no bairro Cajuru está fechado. Já a leitora Mariana Francoski registra que uma agência do Santander está fechada na Cidade Industrial de Curitiba.

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O Bradesco informou, via assessoria, que o banco não irá comentar o assunto, e não repassou informações sobre dificuldades enfrentadas pelos clientes da instituição financeira.

Já o HSBC informou em nota que as operações em algumas agências poderão sofrer impacto, e que está trabalhando para normalizar o atendimento aos clientes. A entidade não cita o número de agências afetadas.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Banco do Brasil, do HSBC, do Itaú e do Santander, e aguarda retorno para saber se os clientes de cada entidade enfrentam dificuldade para encontrar agências abertas nesta segunda (14).

A entidade sindical que organiza a manifestação não tem informações sobre o número de agências bancárias fechadas.

Já nos Correios, segundo a assessoria, os vigilantes que atuam nas agências que possuem serviço de segurança privada não aderiram ao movimento. A empresa relata que não há influência no atendimento, que ocorre normalmente nesta segunda (14).

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A manifestação

Um grupo de aproximadamente 300 pessoas se dividiu em três equipes e passou por agências bancárias e outros locais nos quais trabalham seguranças privados. O objetivo é convencer os vigilantes a cruzarem os braços por um dia. A ação dos manifestantes ocorre principalmente Centro da capital.

Segundo o representante conselheiro do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Carlos dos Santos, a ideia da manifestação é mobilizar a categoria e chamar a atenção da sociedade para os riscos a que estão sujeitos os vigilantes. "Estamos passando em diversos locais aqui no Centro onde sabemos que há postos de vigilantes para sensibilizar os profissionais a aderirem à manifestação. Muitos estão deixando o trabalho e se juntando a nós". Santos afirma que, de forma geral, quando há a oportunidade de conversar com as pessoas elas reconhecem o direito dos profissionais ao adicional de periculosidade de 30% pois sabem que os riscos são grandes.

A manifestação desta segunda (14) ocorre porque os vigilantes reivindicam o pagamento de um adicional de 30% para compensar os riscos da profissão (adicional de periculosidade). No último dia 10 de dezembro, foi publicada em Diário Oficial a sanção da Lei Federal 12.740 de 2012, que prevê que as empresas precisam pagar 30% além do salário para compensar os riscos envolvidos na profissão.

No Paraná, as empresas já fazem um pagamento de 15,5% além dos salários. Para cumprir a nova lei, elas precisam fazer um incremento no bônus, para chegar aos 30% obrigatórios. O piso salarial dos vigilantes paranaenses é de R$ 1.140. O adicional de periculosidade ficaria, com a nova lei, em torno de R$ 340. Segundo o sindicato dos vigilantes, a quitação do novo benefício deveria ter sido feito pela primeira vez neste início de janeiro, o que não ocorreu.

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Outro lado

O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR), no entanto, nega que tem a obrigação de fazer o pagamento, já que ainda não houve regulamentação do benefício.

Em nota, a entidade divulgou que "o pagamento de ‘adicional de periculosidade’ ao trabalhador exposto a ‘roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais’, só acontecerá após a efetiva ‘regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego’, como previsto na mencionada Lei".

Veja fotos da manifestação dos vigilantes.

Vigilantes realizam protesto em Curitiba

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