Do lado de fora do Hotel Windsor, onde ocorreria o leilão, sindicalistas, estudantes e ativistas mascarados participaram de um violento protesto. O aparato de segurança, com 1,1 mil homens, embarcações da Marinha e helicópteros, não conseguiu conter cerca de 400 manifestantes, que confrontaram os militares por quase quatro horas, até mesmo na areia da praia da Barra da Tijuca. Ao menos oito pessoas ficaram feridas, atingidas por pedras e balas de borracha.
Os manifestantes incendiaram um banheiro público e lixeiras na Avenida Lúcio Costa. Placas de sinalização e um abrigo de ônibus também foram depredados pelos mascarados. Os tapumes de alumínio que cercavam uma obra na Praça São Perpétuo, a 200 metros do hotel, viraram escudos. Pedras portuguesas e pedaços de madeira, armas. Dois carros de imprensa foram alvo de manifestantes, que picharam e os depredaram. Um deles foi tombado e incendiado, servindo de barricada na tentativa de conter a Força Nacional. A repórter Aline Pacheco, da rede Record, foi agredida a socos por manifestantes. Dois repórteres fotográficos também ficaram feridos, atingidos por pedra e bala de borracha. Nenhum corre risco de morte.
Durante o protesto, alguns banhistas se juntaram aos ativistas, enquanto outros assistiam da areia ao confronto com os militares. À noite, os manifestantes voltaram a se reunir em frente ao prédio da Petrobras, no centro, após passeata pacífica pela Avenida Rio Branco. Em nota, a Frente Única dos Petroleiros (FUP), organizadora da manifestação, considerou o leilão um "crime de Lesa-pátria". Não havia ocorrido confronto até as 20h. Emanuel Cancela, diretor da Federação Nacional de Petroleiros (FNP), condenou a ação dos militares. "Fomos atacados, não havia nenhuma ação depredatória. O arsenal feriu vários dos nossos companheiros", afirmou o sindicalista, que declarou apoio aos black blocs.