Protestos perdem força após a Justiça determinar a liberação de diversas rodovias estaduais e federais.| Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina

Depois de um fim de semana com interdições em diversas rodovias, os caminhoneiros mantêm apenas bloqueios parciais em quatro estradas federais do Paraná na manhã desta segunda-feira (2). No início da manhã, as paralisações eram feitas no acostamento , mas os manifestantes voltaram a bloquear a pista de rolagem.

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Além do Paraná, apenas Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso continuam com parte das estradas com bloqueios. Ao todo, são 24 trechos bloqueados em rodovias federais, sendo a maior parte deles no Rio Grande do Sul. De acordo com a PRF, este foi menor índice de interdições em rodovias federais do país desde o início das manifestações há 11 dias. Nas rodovias estaduais, não existem mais pontos interditados pelos manifestantes.

Abastecimento de supermercados deve levar 15 dias para voltar ao normal

Segundo a Associação Paranaense de Supermercados (Apras), com o fim das interdições em diversos pontos das estradas, os supermercados tem recebido aos poucos as cargas atrasadas que se encontravam paradas nos bloqueios nos últimos dias. Ainda assim, segundo a entidade, só em aproximadamente quinze dias a situação deve ser normalizada, pois depende não só da circulação dos caminhões, mas da volta das atividades das indústrias e produtores, já que muitos reduziram o ritmo de produção no período da greve.

As regiões mais prejudicadas foram o sudoeste e o norte do Paraná, nas cidades de Pato Branco, Francisco Beltrão e Maringá. Muitos supermercados ainda estão em falta de produtos de horti-fruti e outros perecíveis, como carne e derivados do leite. A situação também elevou os preços do Ceasa, o quilo da batata, por exemplo, passou de R$ 0.90 para R$ 4. Segundo a Apras, os estoques de mercearia seca também já começavam a acabar.

Combustíveis

Já nos postos de gasolina, que nas mesmas cidades chegaram a ficar sem combustível, o que causou grandes filas e denúncias pelo abuso nos preços, o abastecimento voltou praticamente ao normal, segundo o Sindicombustíveis-PR. A entidade afirma que algumas cargas ainda têm chego com atraso, mas em todas as regiões há combustível e a situação está praticamente normalizada.

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Os protestos dos caminhoneiros contra o aumento do diesel e pela alta do valor do frete perderam a força da semana passada. No auge das manifestações, a categoria bloqueou 129 trechos em 14 estados em todo o país.

A diretora geral da PRF, Maria Alice Nascimento, disse que os policiais rodoviários federais mantêm o monitoramento nas BRs, com o apoio integrado da Força Nacional de Segurança Pública e as polícias estaduais. “O trabalho continua até o restabelecimento completo do transporte de carga, para garantir o abastecimento da população e a normalidade da atividade econômica”, explicou Maria Alice.

O governo federal havia intensificado a presença das forças policiais nas estradas para assegurar o cumprimento das decisões judiciais que determinavam o desbloqueio das rodovias, garantindo o direito ao trabalho e o abastecimento da população.

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Em nota, o governo reiterou o compromisso com as propostas anunciadas na semana anterior e a disposição para o diálogo com os caminhoneiros, tendo como base o encerramento definitivo das interdições de rodovias no país.

Interdições

Os trechos bloqueados no Paraná na manhã desta segunda-feira (2) são: BR-376, km 136, em Nova Esperança; BR-163, km 7, em Barracão; BR-376, km 112, em Paranavaí; e BR-163, km 259, em Toledo.

Morte

Na tarde de sábado (28) foi registrada a primeira morte durante as manifestações. Um caminhoneiro morreu ao ser atropelado por um colega que furou um bloqueio na BR-392, em São Sepé, região central do Rio Grande do Sul.

O homem de 38 anos, tentou impedir a passagem de um caminhão, mas o motorista acelerou e acabou atingindo a vítima, que morreu no local.

O condutor fugiu sem prestar socorro e ainda não foi localizado.

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