As micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo tiveram um faturamento real de R$ 24,6 bilhões em janeiro, de acordo com dados divulgados hoje pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). O volume representa uma alta de 9% ante janeiro de 2010. Este é o melhor resultado para um mês de janeiro, em termos de variação real (descontada a inflação), desde 1998, quando o levantamento começou a ser feito.
Além disso, segundo o Sebrae-SP, este é o 16º mês consecutivo em que ocorre aumento na receita das micro e pequenas empresas, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em relação a dezembro, a receita caiu 20,7% em janeiro deste ano - o que já era esperado. O Sebrae-SP lembra que as vendas de fim de ano são beneficiadas, especialmente no comércio, pela injeção de recursos do 13º salário, o que torna a base de comparação muito alta.
De acordo com o consultor do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves, o resultado positivo de janeiro ante o mesmo mês do ano passado é explicado pelo aumento do consumo no mercado interno, motivado pela melhoria dos níveis de emprego e renda. Outro fator, segundo Gonçalves, é a "base de comparação relativamente modesta uma vez que as MPEs estavam em trajetória de recuperação em janeiro de 2010".
Setores
Na comparação com janeiro deste ano e o mesmo mês do ano passado o crescimento da receita obtido pelas micro e pequenas empresas foi impulsionado pelo setor de serviços, com alta de 16,7%. Na sequência aparecem o comércio (6,6%) e a indústria (5,3%).
Na análise por regiões, todas as áreas pesquisas apresentaram crescimento no período, com exceção do Grande ABC, que apresentou queda de 8,5% na receita. O maior avanço foi verificado no interior do Estado, com 16,7%, seguido pela capital paulista, com 8%, e pela região metropolitana, com 2,6%.
Na avaliação do Sebrae-SP, o recuo verificado no Grande ABC é atribuído à base de comparação relativamente forte. Em janeiro de 2010, o crescimento foi de 16,1% ante janeiro de 2009. Como a região também é especializada na atividade industrial, ela foi afetada pela desaceleração do crescimento da economia no início de 2011, devido à maior dependência de financiamento e às dificuldades na exportação, com a valorização do real ante o dólar.
Expectativa
De acordo com a sondagem, a parcela dos empresários do Estado de São Paulo que esperam melhora no faturamento nos próximos seis meses passou de 34% em janeiro para 39% em fevereiro. No mesmo período, passou de 7% para 4% o porcentual daqueles que acreditam numa piora do faturamento. Para 45% dos entrevistados, o faturamento da empresa será mantido nos próximos meses. O restante não soube responder.
Em relação à economia brasileira, a percepção dos empresários ficou praticamente estável na comparação mensal. A parcela daqueles que acreditam na melhora da economia do País caiu de 35% para 34%, enquanto o porcentual daqueles que acreditam numa piora subiu de 8% para 9%. Outros 48% acreditam que a situação continuará igual.
A pesquisa divulgada hoje é realizada mensalmente pelo Sebrae-SP. O levantamento é feito em 2,7 mil micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo, que representam a indústria de transformação, o setor de comércio e de serviços.