Selic a 9% não Taxa básica de juros a 9% não é problema para poupança, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (19) que a Selic a 9% ao ano não é um problema para a caderneta de poupança e que, portanto, não há necessidade de mudar suas regras.

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A redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual pode tornar a caderneta de poupança um rendimento mais interessante do que os fundos de renda fixa. A conclusão é de estudo divulgado nesta quinta-feira (19) pela Associação Nacional de Executivo de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

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Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou que a Selic passou para 9% ao ano.

A poupança pode se tornar atraente porque diferentemente dos fundos de renda fixa, a caderneta rende a taxa referencial (TR) + 6% ao ano, não recolhe imposto de renda sobre os rendimentos e é livre da taxa de administração cobrada pelos bancos. No caso do imposto de renda, a incidência do tributo varia de 22,5% em aplicações de até seis meses e cai para 15% para aplicações acima de 2 anos.

O estudo da Anefac levou em consideração taxas de administração cobradas pelas instituições financeiras que podem variar de 0,5% ao ano até 2,5% ao ano. Na simulação da Anefac, foi estipulada uma rentabilidade da caderneta de poupança de 0,54% ao mês.

Pelos cálculos da associação quando os fundos de renda fixa ficarem com rentabilidade mensal menor do que 0,54%, a poupança passa a ser melhor para o investidor. Ou seja, para competir com a poupança, o dinheiro aplicado deve render pelo menos 0,55% ao mês nos fundos. O poupador ainda deve levar em consideração o prazo do investimento devido ao cálculo do imposto de renda que é reduzido com o passar do tempo.

A queda na Selic tem provocado algumas discussões a respeito da necessidade de o governo alterar o cálculo da caderneta de poupança. Isso porque com a aplicação mais atrativa, os investidores poderiam migrar dos fundos de renda fixa para poupança, que são formados por títulos públicos utilizados pelo governo na rolagem da dívida. Oficialmente, o governo nega qualquer estudo sobre mudança.

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A Anefac avalia que, entre as possibilidades que o governo deve avaliar, estão atrelar o rendimento da poupança à variação da taxa básica de juros ou cobrar imposto de renda sobre a poupança.