O presidente mundial da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, afirmou nesta quarta-feira que a montadora pretende dobrar para 10 por cento a participação que possui no mercado brasileiro, com o desenvolvimento de veículos mais adaptados ao perfil do consumidor nacional.

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Atualmente, o grupo tem cerca de cinco por cento de participação de mercado no país.

"O próximo passo é chegar a 10 por cento, para sermos visíveis e competitivos", disse Ghosn, sem comentar prazos. "A Renault-Nissan é a primeira no México, com fatia de 20 por cento, e tem cinco por cento no Brasil. Não tem razão fundamental para isso", afirmou o executivo a jornalistas após participar de evento na Câmara de Comércio Brasil-França.

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"A oferta (atual dos produtos da Renault-Nissan) é incompatível com uma participação de 10 a 20 por cento. Temos que modificar a nossa oferta com carros de diferentes tipos, para diferentes consumidores", acrescentou.

Para ele, a montadora precisa ter no país mais modelos bicombustíveis, "populares, pequenos e baratos. Mas também 4x4 e sedã".

A companhia encerrou junho na sexta posição em vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil, com vendas de 12.972 unidades, crescimento de 18,6 por cento sobre junho de 2008. A rival francesa Peugeot-Citroen ocupou a quinta posição, com vendas de 15.325 unidades.

Ghosn afirmou que os investimentos de médio prazo para o Brasil estão em fase de reavaliação e afirmou que o país terá um papel crescente no grupo, sendo uma âncora da montadora na América do Sul.

"Não tem que se preocupar com os investimentos no Brasil, porque a indústria automotiva foi por dois anos próspera aqui e tem potencial de crescimento", disse Ghosn. "O mercado vai bem, o governo tomou boas decisões, não tem jeito do Brasil não crescer."

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Segundo ele, o setor automotivo do Brasil tem um potencial grande de crescimento porque a média de veículos por grupo de 1.000 habitantes do país é de 170, enquanto nos Estados Unidos é 800 e na Europa em torno de 600.

O executivo prevê que o mundo só conseguirá superar a crise em 2011 ou 2012. "Nos Estados Unidos, é claro, vai haver algum desenvolvimento em 2010. No Japão, a crise vai durar mais um pouco", disse Ghosn, citando problemas no sistema financeiro global, retomada das linhas de crédito e falência de alguns fornecedores de autopeças.