A renda agrícola deve somar R$ 156,7 bilhões em 2008, crescimento de 17% em relação ao resultado do ano passado, já descontada a inflação do período. O cálculo é feito com base no valor bruto dos 20 principais produtos agrícolas do país. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura.
O feijão é destaque, com incremento de 89,4% comparado ao ano anterior, devendo fechar o ano com R$ 9,1 bilhões. Além do feijão, outros 13 produtos apresentaram aumento de renda em relação ao resultado obtido no ano passado, entre eles cebola (54,8%), café (48,1%), trigo (44,3%), milho (32,2%), soja (31 3%) e amendoim (33,6%).
O coordenador de Planejamento Estratégico do ministério, José Garcia Gasques, explicou a variação: "Esses produtos caracterizam-se por apresentarem elevado aumento de renda e de preços simultaneamente", disse. Produtos como laranja, arroz, cacau, batata inglesa e fumo também apresentaram aumento de renda, porém em porcentuais menores.
Quedas fortes devem ocorrer com a renda do algodão, cana-de-açúcar, pimenta-do-reino, tomate e uva. As reduções de renda observadas nesses produtos, em geral, ocorrem por baixa na produção ou preços, ou ainda pela conjugação de ambos. O ministério lembrou que o caso mais expressivo, pela importância em produção e área, é o da cana-de-açúcar. Embora figure entre os produtos que devem obter os maiores aumentos de produção em 2008 (14,2%), apresentará redução de renda de 11,5%, ou R$ 19,2 bilhões, decorrente dos menores preços do produto neste ano.
A renda agrícola é calculada multiplicando-se o volume da produção da safra agrícola pelo valor dos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país. O valor real da renda descontada a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).