Republicanos e Democratas no Congresso falharam em fazer qualquer progresso significativo na direção de um acordo que solucionasse o impasse envolvendo o teto da dívida dos Estados Unidos. O foco dos esforços para encerrar o fechamento do governo e prevenir um default norte-americano passou neste sábado para as mãos do Senado, onde houve conversas entre líderes dos dois partidos.

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"Ainda não fizemos nada", disse o líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, embora ele e outros democratas tenham dito repetidamente que há motivos para otimismo. Reid e o líder da minoria, o republicano Mitch McConnell, se encontraram por cerca de 45 minutos neste sábado, junto com outros deputados, a pedido de McConnell, segundo uma pessoa próxima dos acontecimentos. Depois disso, Reid falou a repórteres que as conversas "devem ser vistas como muito positivas", mas que há ainda dois lados e que existe"um longo caminho a percorrer".

O governo dos EUA está parcialmente fechado desde 1º de outubro por conta da falha na tentativa de passar no Congresso uma medida temporária que mantivesse os gastos temporariamente. Ao mesmo tempo, está em debate o aumento do limite de endividamento.

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O Tesouro diz que até quinta-feira já terá exaurido suas medidas de emergência e que restarão apenas cerca de US$ 30 bilhões para pagar as contas do país, quantia que poderia se esgotar em uma semana ou duas. O deputado republicano John Fleming disse que "definitivamente, há uma chance de que a data limite do Tesouro seja ultrapassada".

Obama se encontrou hoje com líderes democratas do Senado na Casa Branca depois de acusar republicanos de práticas de extorsão. "Fabricar uma crise para arrancar concessões não é como nossa democracia funciona, temos que parar com isso", declarou em programa de rádio.

O dia também foi de forte pressão internacional por uma solução do impasse nos EUA. O Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), que define as diretrizes políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI), pediu que os Estados Unidos tomem "ações urgentes" para resolver o impasse fiscal, de acordo com o comunicado final da reunião do Comitê, que terminou neste sábado em Washington.

Ministros de finanças de diversos países monitoraram as conversas nos Estados Unidos durante os três dias de discussões, durante encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que é "impensável que um acordo não seja alcançado", disse Mario Draghi. "Se essa situação durar muito tempo, será muito negativa para a economia dos Estados Unidos e para a economia mundial", acrescentou.

Um dia depois de as conversas entre a Casa Branca e os republicanos terem enfraquecido, o foco se voltou ao Senado. "A única coisa acontecendo agora é que os senadores Reid e McConnell estão conversando", disse o senador republicano John Cornyn.

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No Senado, líderes democratas ainda rejeitaram a proposta de um dos republicanos menos conservadores, a senadora Susan Collins, que pareceu estar ganhando espaço, chamando atenção de alguns democratas. O plano de Collins pedia uma extensão do limite de endividamento para janeiro e abertura do governo até março. A medida, porém, não faria nada em prol de cortes no orçamento, uma prioridade dos democratas. Também neste sábado, uma proposta de elevação do teto da dívida para o final de 2014 falhou no Senado em uma votação preliminar. Era improvável que os republicanos votassem a favor da elevação enquanto as conversas entre líderes estivessem em curso, e nenhum deles o fez.

Em desacordo, há uma série de temas, muitos importantes e também emblemáticos. Republicanos demandam concessões que os democratas não querem dar, a menos que consigam algo em troca.

Membros de ambos os partidos disseram que Reid levantou a possibilidade junto aos republicanos de uma medida de longo prazo sobre os gastos possa substituir alguns ou todos os cortes que começaram a ter efeito no começo do ano.