As reservas internacionais brasileiras tiveram nova queda na terça-feira (14), segundo confirmou o Banco Central. Na segunda-feira (13), estavam em US$ 205,19 bilhões, e recuaram para US$ 203,97 bilhões na terça-feira, ou seja, um recuo de US$ 1,22 bilhão. Na sexta-feira, já haviam caído US$ 1,44 bilhão. O ápice atingido pelas reservas foi no início da última semana, com o patamar de US$ 208 bilhões.
Essa queda no patamar das reservas internacionais reflete, entre outros motivos, as operações de venda direta de dólares ao mercado financeiro feitas pelo Banco Central - que não eram realizadas desde fevereiro de 2003, mas que foram retomadas pelo BC na última semana com disparada da cotação da moeda norte-americana.
A queda desta terça-feira das reservas internacionais reflete, por sua vez, as atuações da autoridade monetária, por meio da venda de divisas, da sexta-feira (10) da semana passada. Naquele dia, o BC atuou em quatro oportunidades, sendo três delas mediante a venda direta de dólares, e, em outro evento, com a oferta de contratos de "swap cambial".
Novas vendas
Nesta quarta-feira, o BC voltou a vender dólares das reservas internacionais ao mercado financeiro. É o quinto dia no qual o BC vende dólares das reservas internacionais brasileiras.
A ação, no entanto, não é suficiente para segurar a alta da moeda norte-americana. Fortemente influenciada pelas perspectivas de recessão nos Estados Unidos e da Europa, as bolsas mundiais têm um dia de fortes quedas, arrastando a cotação do dólar, que volta a subir.
As reservas internacionais brasileiras são aplicadas, segundo o BC, em títulos públicos de outros países de "primeira linha". Ou seja, de economias consideradas mais "seguras", como os Estados Unidos, o Japão e a União Européia. Com a crise internacional, porém, estes títulos acabaram se desvalorizando um pouco no mercado internacional - sendo este outro fator que atua para baixar o patamar das reservas brasilieiras (além das vendas de dólares ao mercado).