O governo brasileiro deve ter um respiro de apenas alguns meses após a decisão da agência de classificação de risco Moody’s de cortar a nota do país nesta terça-feira (11), afirmam analistas do mercado nos EUA.

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Com o rebaixamento, o Brasil está a apenas um nível de perder o selo de “bom pagador” – o chamado grau de investimento. Apesar disso, a Moody’s alterou a perspectiva da nota, de negativa para estável.

Para Gabriela Santos, do JPMorgan Asset Management em Nova York, a perspectiva estável é um sinal de que a agência quer dar algum tempo para que o governo faça as mudanças fiscais necessárias no país. Segundo ela, no entanto, o alívio para a presidente Dilma Rousseff deve durar pouco.

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Ela diz que preocupa mais a possibilidade de revisão pela Standard & Poor’s que, em julho, mudou a perspectiva da nota do país de estável para negativa. “A Moody’s e a Fitch [que mantém a nota do Brasil dois níveis acima do grau de investimento] são mais conservadoras. Acredito que a S&P seja uma pressão mais importante para o mercado”, disse.

De acordo com Santos, a mudança na perspectiva significa que a agência deve se posicionar sobre o assunto em até seis meses. “A decisão deve sair no começo de 2016. Então temos um certo alívio, mas de apenas alguns meses”, disse.

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E, para evitar a perda do grau de investimento, os analistas afirmam que o governo deve dar sinais de melhora na situação política do país. “Na economia, não haverá nenhuma notícia positiva até o final do ano, então o que as agências estão olhando é a política mesmo”, afirmou João Castro Neves, analista da consultoria Eurasia Group em Washington.

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“Os analistas estão esperando mudanças de atitude por parte do Congresso, aprovando medidas de ajuste fiscal que estão faltando e não impondo gastos adicionais ao governo”, disse a analista do JPMorgan.

Para Castro Neves, tudo dependerá, nos próximos meses, da capacidade do governo de “apagar incêndios no Congresso.”

De acordo com eles, diante da decisão da Moody’s, a agência de risco Fitch também deve rebaixar o Brasil em breve, deixando a nota de risco do país a apenas um nível de perder o grau de investimento.