O senador Aloisio Mercadante (PT-SP) afirmou nesta segunda-feira que o protecionismo não é o caminho para combater a crise financeira internacional. Segundo ele, a resposta para a crise deve ser maior integração dos países do Mercosul. "Não devemos enveredar pelo caminho protecionista porque não há saída para esta crise para um país sozinho", disse Mercadante, que chegou ao Itamaraty para participar da VII Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum, que discutirá o impacto da crise financeira no bloco.
Mercadante disse que a reunião servirá para fazer um diagnóstico da situação e destacou que a América do Sul é de extrema importância para o Brasil porque metade do superávit da balança comercial brasileira vem dos países da região. "Temos que buscar caminhos para manter a estabilidade na região", disse.
Ele lembrou que há uma preocupação dos parceiros do Mercosul com o aumento da competitividade dos produtos brasileiros em função da desvalorização do real. Mercadante destacou que a possível recessão nos Estados Unidos e na União Européia não atingirá o Brasil como atingiria no passado. Ele disse que o Brasil diversificou as exportações e reduziu de 25% para 14% a participação do mercado norte-americano como destino das vendas externas brasileiras.
Mercadante disse que os países em desenvolvimento, em 2007, corresponderam a 75% do crescimento da economia mundial e que, por isso, eles terão um papel decisivo nesse momento de retração mundial. "No nosso caso, o mercado interno é o grande motor de sustentação do crescimento do Brasil. O comércio exterior brasileiro vai sofrer uma desaceleração como reflexo da economia mundial, mas, por outro lado, vamos ganhar competitividade com a desvalorização do real e devemos aumentar a nossa margem no comércio internacional para compensar essa retração do fluxo de comércio mundial", disse.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já estão no Itamaraty para a VII Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum. Mantega e Meirelles, assim como as delegações dos outros países, optaram por entrar no prédio pela entrada privativa, evitando o encontro com jornalistas. Participam da reunião, que é fechada, chanceleres, ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais de países do Mercosul e associados.
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