| Foto: Fotos Públicas/Allan White

A juíza Daniela Barbosa de Souza, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias, que determinou novo bloqueio ao WhatsApp, mostrou-se bastante irritada com o comportamento da empresa durante a tramitação de investigações – o bloqueio ao aplicativo já começou a ser sentido por usuários no início da tarde desta terça-feira (9).

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O inquérito em questão, que corre em segredo de Justiça, é de responsabilidade da 62ª DP (Delegacia de Polícia) do Rio de Janeiro, em Duque de Caxias.

Souza diz ter enviado um ofício à empresa pedindo a quebra de sigilo de informações trocadas pelo aplicativo para investigações criminais. Acabou recebendo de volta um “e-mail redigido em inglês, como se esta fosse a língua oficial deste país”. Ela considera o fato um “total desprezo às leis nacionais, inclusive porque se trata de empresa que possui estabelecida filial no Brasil”.

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Dessa forma, diz a juíza, a companhia trata o país “como uma “republiqueta”. No e-mail, de acordo com a magistrada, a companhia ainda sugere que ela responda algumas perguntas em inglês, sobre o órgão investigador e a natureza do crime investigado.

“Ora, a empresa alega, sempre, que não cumpre a ordem judicial por impossibilidades técnicas, no entanto quer ter acesso aos autos e à decisão judicial, tomando ciência dos supostos crimes investigados, da pessoa dos indiciados e demais detalhes da investigação”, diz ela.

A magistrada diz que, antes de tomar a decisão, já havia pedido que a companhia quebrasse o sigilo de mensagens trocadas no app, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil.

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O WhatsApp argumenta que já não guardava informações sobre o conteúdo das conversas. E que em abril terminou de implementar a criptografia “end-to-end” (no qual apenas as pessoas na conversa podem ler as mensagens). Com isso, afirma, é impossível divulgar os dados. Em postagem no Facebook no início desta tarde, o CEO e fundador do app, Jan Koum, classificou o bloqueio como “revoltante”.

Desta vez, ao contrário de pedidos anteriores de outros juízes, Souza não pediu mensagens passadas. Ela quer que o aplicativo desabilite a criptografia do aplicativo para que o fluxo de mensagens seja enviado em tempo real para os investigadores, “na forma que se dá com a interceptação de conversações telefônicas”.