Com o título de “generosidade geriátrica”, a revista britânica The Economist dedica uma reportagem na edição que chega às bancas este fim de semana ao sistema previdenciário brasileiro — que, segundo o texto, está “entre os mais generosos do mundo”.
A revista afirma que os brasileiros começam a receber o benefício, em média, aos 58 anos, oito anos a menos do que os americanos e 14 a menos que os mexicanos. A reportagem lembra, ainda, que há as aposentadorias especiais, que permitem deixar o mercado de trabalho ainda mais cedo, como é o caso dos professores.
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A publicação chama a atenção para as viúvas que podem receber o valor integral da pensão do marido e acumularem com a própria e ainda compara a situação do Brasil a de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) quanto ao valor da pensão. No sistema brasileiro, ela recompõe 80% do salário do trabalhador antes da aposentadoria, enquanto na OCDE essa fatia é de 60%.
Revista vê efeito nos juros
“A generosidade geriátrica prejudica todos os outros”, diz a Economist, acrescentando que os gastos com a previdência, em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), são 50% maiores do que a média dos membros da OCDE. Isso embora o Brasil tenha apenas metade da proporção de maiores de 65 anos em relação ao resto da população.
Na avaliação da revista, o sistema previdenciário do país absorve recursos que poderiam ser usados em escolas, hospitais e infraestrutura, além de estimular a saída do mercado de trabalho. A publicação sustenta, ainda que, por representar mais da metade do rombo no Orçamento do Brasil, a previdência é um dos grandes motivos para os juros altos. “Assim, aposentadorias extravagantes dificultam o crescimento da economia”, conclui a publicação.
Para a Economist, o presidente Michel Temer “merece crédito por propor reformas que fariam uma grande diferença”. Segundo o texto, caso consiga que a reforma seja aprovada sem ser desfigurada, Temer terá conseguido uma “realização surpreendente”, e isso poderia aumentar as esperanças de aprovação para outras reformas, como a trabalhista e a tributária.
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