A vinda da Mercury para a região metropolitana de Curitiba (RMC) pode ser mais um indicativo de que há na capital e cidades vizinhas uma forte vocação tecnológica, especialmente na área de telecomunicações. Há 30 anos, Curitiba recebeu uma fábrica da multinacional Siemens, hoje líder na exportação das plataformas de comunicação corporativa HiPath 1000 e 4000, comercializadas pela companhia em todo o mundo. Há seis anos, foi a vez da da empresa de telefonia GVT instalar a sua sede em Curitiba. A mão-de-obra barata, se comparada ao nível de qualificação, é fator determinante na escolha da capital paranaense pelas empresas se instalarem.
Segundo dados da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), entretanto, a procura pelos cursos de telecomunicações e a demanda pela mão-de-obra já foram maiores no início do ano 2000. "Hoje aqui na Universidade são os cursos de mecânica mais procurados e com maior absorção pelo mercado", explica o gerente de Relações Empresariais e Comunitárias do Campus Curitiba, Décio do Nascimento.
Mesmo com a redução na demanda por mão-de-obra, Curitiba continua entre os principais pólos de telecomunicações e tecnologia da informação no país. Para Guilherme Lorenzi, coordenador executivo do Centro Internacional de Tecnologia de Software (Cits), Curitiba tem essa característica dinâmica no setor pois a mão-de-obra abundante atrai as empresas, que acabam virando consumidoras de outras empresas "Uma coisa é atrelada a outra e acaba virando algo dinâmico", explica. De fato foi o que aconteceu no caso da Sascar, cliente da Siemens e que trouxe a Mercury para Curitiba.
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