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Mercado imobiliário

Rua já passa por valorização

Veja as estratégias de resgate econômico e cultural |
Veja as estratégias de resgate econômico e cultural (Foto: )
Veja como está a rua hoje |

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Veja como está a rua hoje

No comércio local da Riachuelo existe um consenso geral de que a área já está mudando. Na região, alguns comerciantes que ocupam mais de um lote estão tendo de diminuir o espaço das lojas em função da especulação nos preços de aluguéis, enquanto estacionamentos privados – de olho no anúncio de corte de vagas nas ruas – estão investindo para ampliar a capacidade de atendimento. Nas lojas em atividade, percebe-se exemplos, ainda que tímidos, de ações buscando valorizar seu ponto, que vão de pequenas reformas e pinturas na fachada até a reorganização de vitrines.

O diretor de planejamento e gestão da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Dieter Lengning, diz que a entidade também percebe a valorização na rua. "A partir do Paço, percebemos que o perfil do proprietário já está mudando. Já foi mais fácil e barato encontrar um local para empreender ali. Hoje já há mais interessados, o mercado está se valorizando, e temos uma listagem de interessados em criar uma espiral positiva de desenvolvimento", diz.

Competição

Mas nem todo mundo está feliz com isso. "A rua ainda nem foi reformada e os proprietários já estão aumentando o valor do aluguel. Tem imóvel desocupado que já dobrou o preço", informa uma comerciante instalada no local há 25 anos, que pediu para ter sua identidade preservada. Nascida em Curitiba, a comerciante lembra da valorização imobiliária exponencial sofrida na Marechal Deodoro a partir da instalação das grandes redes no local, citando Multiloja, Mercado Móveis e Casas Bahia. "Nessa época, a Riachuelo foi se deteriorando, virou corredor de ônibus, e nós continuamos aqui lutando. Se a especulação aqui descambar para o que aconteceu na Deodoro, vamos ter que fechar as portas", compara.

Mais vendas

O comerciante de móveis Aramis Tanous, da geração que se instalou na Riachuelo nos anos 90, diz não ter medo do aumento do aluguel. A partir da experiência que teve durante o evento "Vitrines na Calçada", no domingo passado, ele se diz otimista quanto à atração de nova clientela à região. "Eu tenho uma visão diferente dos outros porque eu já abria a minha loja, sozinho, aos domingos. E eu percebi que o público que veio aqui no dia da feira é diferente. Fiz quatro vendas no dia, e foi pra gente que não pechincha. Um deles foi super-direto: gostou do balcão, perguntou se eu entregava em casa, e fechou a compra na hora, com cartão de crédito", relata.

Portanto, com uma matemática simples, ele aceita a valorização do aluguel à medida que toda a economia da região se valorize e o comércio passe a dar resultados mais vistosos. "Se hoje eu vendo R$ 1 mil por dia, quanto eu tiver uma calçada bonita, um comércio mais forte na região, um bom movimento de clientes, eu vou passar a vender R$ 2 mil. É justo que o aluguel aumente junto", avalia. Sua principal reivindicação é que o proprietário do imóvel se preocupe em melhorar a infraestrutura e a manutenção. "Quem arrecada R$ 60 mil por ano com aluguel não deveria se negar a investir R$ 6 mil em pintura e reforma", argumenta.

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