O movimento de clientes que fazem compras de Natal nesta segunda-feira (23), em Curitiba, é mais intenso em lojas de calçados e vestuários, em especial no Calçadão da Rua XV de Novembro. Na correria para atender a todos os clientes, boa parte dos vendedores e gerentes diz não ter tempo nem para conceder uma breve entrevista. "Estamos vendendo mais que o dobro do volume de um dia normal", conta Tina Lima, gerente da loja de calçados Scarpinni.
Mas nem todos os lojistas estão celebrando. Em uma loja de moda feminina próxima à Praça General Osório, a gerente que pediu para não ser identificada contou que o movimento deste Natal foi o mais fraco em pelo menos 15 anos. "O movimento mais intenso hoje está no Calçadão da XV, pessoas que estão fazendo compras de última hora. Nas lojas um pouco mais distantes, o fluxo já não é tão forte", diz ela. "Além disso, a maioria das pessoas procura produtos mais baratos, porque está comprando lembranças para várias pessoas. E nós não temos nenhuma peça de menos de R$ 100."
Na ótica Winnikes da Rua Voluntários da Pátria, o movimento também já esteve mais forte. "Embora haja bastante gente na rua, para nós o volume de vendas foi maior no início do mês, contrariando o que ocorreu no ano passado. Agora está mais calmo", explica a gerente, Elza Wierzyski. "Acho que quem comprou nossos óculos já está viajando, ou na praia", brinca.
O movimento intenso nos dias que antecedem o Natal é de praxe: além da correria do dia a dia, que leva os consumidores a deixarem as compras para mais tarde, a liberação da segunda parcela do 13.º salário no dia 20 às vésperas do feriado colabora para que o fenômeno se repita ano após ano.
A maior parte dos shoppings e lojas adota um horário especial hoje. O comércio de rua fica de portas abertas até as 22 horas. Em alguns shoppings, os consumidores podem fazer suas compras até a meia-noite (veja os horários de funcionamento no quadro abaixo).
Crescimento modesto
Mesmo com uma multidão indo às compras, a expectativa de crescimento nas vendas de Natal para este ano não empolga. A Confederação Nacional de Comércio (CNC) estima que os brasileiros vão comprar 5% a mais que em dezembro do ano passado e movimentar R$ 31,8 bilhões. Se confirmada, será a menor alta desde 2005.
Os motivos para essa contenção, segundo a CNC, são a reaceleração dos preços no varejo nos últimos três meses, o encarecimento do crédito ao consumidor e a evolução moderada do mercado de trabalho neste quarto trimestre.