Rusal abre capital para buscar US$ 2,6 bi

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A UC Rusal pretende levantar 2,6 bilhões de dólares numa histórica abertura de capital no mês que vem em Hong Kong, e aposta numa recuperação do preço do alumínio para arcar com uma dívida de 15 bilhões de dólares e voltar a ter lucro após um péssimo primeiro semestre em 2009.

A maior produtora mundial de alumínio divulgou na quinta-feira um prospecto de 1.141 páginas para o primeiro lançamento de ações russas em Hong Kong, detalhando suas finanças em público pela primeira vez e respondendo a preocupações relativas ao bilionário proprietário Oleg Deripaska.

"A avaliação parece ser muito agressiva", disse Chris Weafer, estrategista-chefe do banco de investimentos russo UralSib.

A UC Rusal é a joia da coroa no império empresarial de Deripaska, e ajudou seu controlador a liderar a lista das pessoas mais ricas da Rússia, antes que a crise econômica reduzisse a menos da metade o valor do alumínio produzido por suas fundições siberianas.

A UC Rusal vai oferecer 1,6 bilhão de ações, ou cerca de 10 por cento do seu capital, a valores individuais de 9,10 a 12,50 dólares de Hong Kong (1,17 a 1,61 dólar norte-americano).

A oferta, em 27 de janeiro, será um dos primeiros grandes IPOs de uma firma não-asiática em Hong Kong, e a primeira oferta simultânea de ações em Hong Kong e Paris.

A empresa passou a maior parte deste ano discutindo com credores a maior reestruturação de dívida da história da Rússia, o que cria condições para a abertura de capital. A venda de ações pode render de 1,87 a 2,58 bilhões de dólares, o que significa que a empresa como um todo pode valer até 26 bilhões de dólares.

"Uma avaliação mais próxima de 1,5 bilhões para essa participação vinha sendo considerada por muitos potenciais investidores como mais adequada", disse Weafer.

O IPO russo atraiu uma lista de grandes investidores, como a empresa de Nathaniel Rothschild e o fundo norte-americano de hedge Paulson & Co, mas não sem sobressaltos.

O lançamento das ações foi adiado pelas autoridades de Hong Kong devido a preocupações com a enorme dívida da Rusal, e a aprovação só saiu depois de uma inédita regra proibindo a venda de ações no varejo de Hong Kong, onde um faminto grupo de investidores individuais normalmente tem o direito de ficar com pelo menos 10 por cento das ações lançadas na cidade.

A Rusal divulgou um prejuízo operacional de 868 milhões de dólares no semestre encerrado em 30 de junho, contra um lucro de 1,41 bilhão de dólares no ano anterior. A empresa disse que a recuperação do preço do alumínio será crucial para a retomada do seu desempenho.