A estatal russa Gazprom está em negociações para construir um sistema de gasodutos na Bolívia, disse o presidente Dmitry Medvedev na segunda-feira, apresentando o mais recente ato para ampliar sua influência na América do Sul.
Medvedev anunciou o plano após negociações no Kremlin com o presidente boliviano, Evo Morales, cuja visita a Moscou acontece após viagens similares do cubano Raúl Castro e do venezuelano Hugo Chávez.
"Falamos sobre a Rússia ajudar nossos amigos na Bolívia com hidrocarbonetos e a construção de um sistema de transporte de gás", disse Medvedev após a reunião.
"Um memorando foi assinado com a Gazprom, cuja cooperação está indo para a esfera prática", disse ele, explicando que o trabalho sobre o "projeto estratégico" irá até 2030. Ele não deu mais detalhes.
Medvedev afirmou que os esforços russos para ampliar os laços com a América do Sul não têm o objetivo de se opor aos Estados Unidos, tradicionalmente a força dominante na região.
O presidente russo visitou Cuba, Venezuela, Peru e Brasil durante sua primeira viagem à América do Sul, em novembro. A viagem coincidiu com os primeiros exercícios de navios de guerra russos no Caribe desde a Guerra Fria.
"Eu disse ao meu colega presidente Morales que esta não é uma decisão oportunista. Não é um desejo de competir com ninguém", afirmou Medvedev.
"É uma decisão consciente de nosso país, que achamos ser benéfica tanto para nós quanto para os países da América do Sul que estão se desenvolvendo tão rápido".
Morales, o primeiro líder boliviano a visitar Moscou desde que as relações diplomáticas foram estabelecidas entre os dois países, afirmou que os sul-americanos dão apoio às medidas russas na região.
"Nós admitimos o papel da Rússia como potência global", disse Morales durante a reunião. "E comemoramos o retorno da Rússia à América Latina".
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