Em parceria com o chef inglês Jamie Oliver, a Sadia lança em setembro uma linha de congelados que promete ser saudável e “gourmet”. O investimento total no projeto é de R$ 50 milhões, afirma Cecília Mondino, diretora de marketing da Sadia.
A empresa procurou o cozinheiro há cerca de um ano com a proposta de criar receitas com frango para o mercado brasileiro. Para participar, ele exigiu que a BRF, detentora da marca, adequasse seu processo de produção de acordo com princípios de bem-estar animal.
Controle da temperatura (para evitar ambientes muito quentes) e implementação de poleiros foram algumas das modificações feitas pela empresa nas granjas de Buriti Alegre (Goiás) para atender às demandas do cozinheiro.
O chef ganhou fama mundial ao ensinar receitas práticas e rápidas em programas de televisão. Atualmente, ele está no ar no Brasil no canal de TV a cabo GNT.
Oliver também é conhecido pela militância em prol da alimentação saudável com o movimento “Food Revolution”. Em março, ele conseguiu que sua proposta de criar um imposto sobre o açúcar em refrigerantes entrasse no orçamento do Reino Unido. A medida deve ser implementada em dois anos.
Em julho, o chef deve vir ao Brasil para o bater o martelo na seleção dos ingredientes e pratos. A linha será distribuída em todo o país e não tem prazo para acabar.
Produto premium
Os preços deverão ser acima da média da categoria. “Vamos cobrar um ‘premium’, mas sabemos que não podemos ser abusivos por causa da situação atual”, diz Mondino. O custo final para o consumidor ainda não foi definido, afirma a empresa.
Mesmo mais caros, Mondino acredita que há mercado para esse tipo de produto no Brasil. “Vemos um movimento muito grande nos mercados de comidas mais gourmet que custam o dobro dos nossos pratos prontos, então tem oportunidade”, afirma.
A receita líquida da BRF – que detém as marcas Perdigão e Qualy, além da Sadia – foi de R$ 8,1 bilhões no primeiro trimestre do ano, alta de 15,2% em relação ao mesmo período de 2015.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 7,8% na comparação, atingindo R$ 1 bilhão. A empresa, uma das maiores do mundo no setor de alimentos, pretende investir R$ 2 bilhões em 2016.
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