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O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou na noite desta sexta-feira (25) que o banco Santander pediu desculpas pelo texto distribuído para correntistas em que descreve a reeleição da presidente Dilma Rousseff como uma ameaça à economia. Ele disse que foram feitas demissões na instituição.

"Já houve um pedido de desculpas formal enviada à Presidência. [...] A informação que deram é que estão demitindo todo o setor que foi responsável pela produção do texto. Inclusive gente de cima. E estão procurando uma maneira resgatar o que fizeram", disse Falcão.

O presidente do PT afirmou que o Santander informou que 40 mil pessoas receberam o texto. Ele disse que o comunicado prejudica a campanha da presidente e comparou a iniciativa a críticas de economistas em 2002 à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. "Já vimos esse filme no passado. Eles criaram o Lulômetro para medir como a bolsa oscilava. Agora mesmo a Bolsa sobe e desce, e deve estar beneficiando quem não está interessado no resultado eleitoral, mas em ganhar dinheiro com ação", disse o presidente do PT.

A militantes do PT do Rio, Falcão classificou o caso como "terrorismo eleitoral". Mas afirmou que aceita as desculpas do banco. "Aceito as desculpas do banco, mas isso não elide o que aconteceu. Isso é proibido. Instituições bancárias ou financeiras não podem fazer manifestações que interfiram na decisão do voto."

Esse tipo de comportamento do mercado não é novo. Desde a primeira eleição direta pós-ditadura ocorrem interpretações nesse sentido. Em 1989, o empresário Mário Amato deu uma entrevista dizendo que se o petista Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse naquele ano, 800 mil empresários deixariam o Brasil.

Em 2002, quando o mercado financeiro novamente ficou apreensivo com uma possível vitória de Lula, o analista Daniel Tenengauzer, do banco Goldman Sachs, chegou a inventar o "lulômetro", que previa a cotação futura do dólar caso o petista fosse eleito. Tenengauzer acabou repreendido pelo banco, que considerou "leviano" e de "mau gosto" o nome de seu modelo matemático.

Em nota, o Santander disse adotar critérios "exclusivamente técnicos" em suas análises econômicas, "sem qualquer viés político ou partidário". O banco reconhece que o texto enviado a seus clientes "pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz" (de se ater a análises mais técnicas). A instituição emitiu uma nota na qual pede desculpas ao seus correntistas e diz que adotará providências internas.

De capital espanhol, o Santander é o 5º maior banco e o 1º estrangeiro em atuação no Brasil. Fica atrás de Banco do Brasil, Itaú, Caixa e Bradesco. Em 2000, massificou sua operação de varejo ao comprar o Banespa, o antigo banco estatal que pertenceu ao governo paulista.

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