Ata do Copom deixa margem para mudança nas regras

Brasília - Sem citar abertamente uma eventual mudança nas regras da poupança, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central destacou, na ata da reunião realizada na semana passada e divulgada ontem, a necessidade de atualização de algumas normas vigentes atualmente no sistema financeiro em meio ao processo de flexibilização monetária. No encontro, ocorrido no fim de abril, o BC reduziu em um ponto porcentual a taxa básica de juros brasileira, a Selic, passando de 11,25% para 10,25% ao ano, no menor nível da história do país. De acordo com o documento, "o Comitê entende que a continuidade do processo de flexibilização monetária torna premente a atualização de aspectos resultantes do longo período de inflação elevada, que subsistem no arcabouço institucional do sistema financeiro nacional".

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Brasília - Em meio às discussões sobre a mudança no rendimento da poupança, os saques das cadernetas superaram os depósitos em R$ 941 milhões em abril. Foi o segundo mês consecutivo de saída líquida de recursos. No quadrimestre, a fuga somou R$ 1,52 bilhão, a maior desde 2006, segundo dados do Banco Central (BC).

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Analistas apontam duas razões para esse movimento: o temor de queda da rentabilidade devido às novas regras a serem adotadas pelo governo e os efeitos da crise, que tem feito muitos poupadores sacarem seus recursos para pagar contas.

Segundo o BC, o conjunto de todas as cadernetas somava R$ 275,31 bilhões no último dia do mês passado. O valor é ligeiramente maior que o verificado em março porque os depósitos existentes acumularam rendimento de R$ 1,562 bilhão no mês.

A crescente saída de recursos das cadernetas não surpreende especialistas em finanças pessoais. "Alguns dos grandes investidores que estavam na poupança pela boa rentabilidade em tempos de Selic menor estão temerosos quanto às mudanças de regras em discussão, principalmente a possibilidade de que haja tributação ou rendimento menor para as aplicações maiores", diz o professor de finanças do Ibmec-SP, Ricardo José de Almeida.

Na poupança, é preciso esperar 30 dias para que o depósito tenha rendimento. Já nos fundos de investimento, a rentabilidade é diária. "Se a regra mudar, esse cliente poderá ter de mudar de investimento. Nesse caso, terá esperar um mês para não perder o rendimento da poupança. Para evitar ficar preso, podem estar migrando antes para os fundos de investimento", diz Almeida. Dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid) reforçam a tese. Em abril, os fundos atraíram recursos. Entre as opções mais conservadoras, a renda fixa recebeu aplicação de R$ 843,7 milhões e as carteiras referenciadas no DI, outros R$ 469 milhões.

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Você manteria aplicações na caderneta de poupança caso o governo diminua sua rentabilidade? Você já tirou o dinheiro de um fundo de renda fixa por causa da queda na taxa de juros?

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