O presidente boliviano, Evo Morales, disse que, se fosse Luiz Inácio Lula da Silva, presentearia a Bolívia com as duas refinarias da Petrobras que foram nacionalizadas em maio.

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— Se fosse o Brasil, presentearia as refinarias (à Bolívia), se estamos pensando em como nos ajudar,para reduzir as desigualdades sociais — afirmou Morales em entrevista coletiva com correspondentes.

No entanto, o presidente acrescentou que o país está disposto a recomprar as duas instalações, situadas nas cidades de Cochabamba e Santa Cruz, mas insistiu em que o preço pago pela Petrobras, de US$ 102 milhões, não era "nada" para um país como o Brasil.

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Morales disse que o assunto deve ser debatido e deve-se reconhecer que foram "maus negócios" realizados por governos bolivianos anteriores. Para o presidente, agora há a obrigação de recuperar as instalações.

As duas refinarias foram vendidas em 1999 para a Petrobras no governo de Hugo Banzer (1997-2001).

A polêmica sobre as refinarias foi o motivo da renúncia do ex-ministro de Hidrocarbonetos Andrés Soliz e de um mal-estar entre os governos bolivianos e brasileiro.

O presidente acrescentou que as auditorias que serão feitas nas refinarias, encomendadas pelo governo, devem revelar quanto a Petrobras investiu na operação e se a multinacional já recuperou seus investimentos.

Morales parabenizou Lula pela vitória no segundo turno das eleições brasileiras e disse que, com certeza, a campanha o impediu de acompanhar com mais atenção os acontecimentos na Bolívia.

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— Mas agora temos quatro anos para negociar. Com o Brasil, temos um casamento sem divórcio se pensarmos nos nossos povos — afirmou Morales, ao ressaltar que "a luta pelos pobres" é o que o une ao presidente brasileiro.

Morales acrescentou que se reunirá com Lula durante a XVI Cúpula Ibero-Americana que será realizada na próxima semana em Montevidéu e brincou, ao dizer que os dois ainda têm que jogar futebol um dia.