Os bancários podem cruzar os braços por tempo indeterminado a partir da próxima semana. A categoria recusou a proposta de reajuste de 5,2% apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nesta sexta-feira (28), em São Paulo. Assembléias serão realizadas em todo país na terça-feira (2), para definir a greve.
A categoria reivindica reajuste salarial de 10,3%, que inclui as perdas com a inflação e mais 5,5% de aumento real. Eles querem, ainda, Participação em Lucro e Resultado de dois salários, mais parcela fixa de R$ 3.500. A proposta apresentada nesta sexta contempla os 4,82% de perdas e 0,38% de ganho. " A proposta é insuficiente, pois os bancos têm lucros exorbitantes. Queremos um reajuste salarial condizente com essa lucratividade. Vamos partir para greve nacional", afirmou Marisa Stedile, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
Em nota, a Febraban disse que o índice de 5,2% contempla reajuste de salários, benefícios e parâmetros da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A federação afirma, ainda, que a cesta alimentação recebida pelos bancários vai aumentar dos atuais R$ 238,08 para R$ 250,46 e será instituída uma 13ª parcela para o benefício.
Paralisação
Os bancários realizaram uma greve de 24 horas nesta sexta-feira. Segundo levantamento da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-PR), 10 mil bancários cruzaram os braços. Em todo estado, a categoria é formada por cerca de 27 mil trabalhadores. O total de agências fechadas chegou a 150. As maiores adesões foram em Londrina, no Norte do estado, e em Curitiba.
De acordo com o sindicato, 50% da categoria aderiu ao movimento na capital e na região metropolitana. Dos 16 mil trabalhadores, cerca de oito mil cruzaram os braços. Em 80 agências de Curitiba e dos 29 municípios não houve atendimento. Foi bloqueado acesso inclusive nos caixas eletrônicos destes estabelecimentos. Também foram fechados seis centros administrativos. As agências bancárias vão funcionar normalmente na segunda (1) e na terça-feira (2).
Desde 28 de agosto, os bancários estão em campanha salarial. Neste um mês de mobilização, eles vinham realizando atos de conscientização, sem impedir o atendimento aos clientes. Apenas em um deles, na semana passada, três grandes agências chegaram a ser fechadas por meio expediente em Curitiba.
Opção aos clientes
Neste dia de paralisação, os clientes tiveram como opção de atendimento os caixas eletrônicos instalados em shoppings e supermercados.
Outra opção são os correspondentes bancários. As casas lotéricas de Curitiba fazem grande parte dos serviços, como recebimento de boletos de qualquer banco, inclusive impostos (exceto IPVA parcelado e guias GR e DARF) até o valor de R$ 500.
Correntistas da Caixa podem pagar contas do banco até o valor de R$ 2 mil, sacar até R$ 1 mil e depositar até R$ 500. Clientes do Banco do Brasil podem sacar até R$ 200.
Nas agências dos Correios, qualquer pessoa pode pagar tributos federais e estaduais, faturas e títulos, contas de água, luz e telefone e boletos de qualquer banco dentro do vencimento. Correntistas do Bradesco (parceiro atual do Banco Postal) podem sacar até R$ 600 por dia e fazer depósitos.
Veja a lista completa dos correspondentes bancários da Caixa em Curitiba no www.caixa.gov.br
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