Nada será como antes depois de mais um "setembro negro"
O mercado financeiro brasileiro não foi exceção. O mês teve um gostinho particularmente amargo para uma economia cuja imagem de "blindada", ou quase isso, foi vendida aos quatro ventos.
Veja na reportagem da Globonews como foi a votação no Senado dos EUA
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O Senado dos EUA aprovou nesta quarta-feira, 1º, a nova versão do pacote de socorro às instituições financeiras. Foram 74 votos a favor e 25 contra. O governo estava otimista com a aprovação do plano, já que, depois de muitas negociações, foram incluídas medidas para atrair o apoio dos eleitores norte-americanos. A expectativa agora fica pela votação do pacote na Câmara, que deve acontecer na próxima sexta-feira, 3. Na primeira votação, realizada na segunda-feira, 29, a Câmara rejeitou o pacote de socorro do governo Bush para o sistema financeiro, no valor de US$ 700 bilhões.
Os candidatos à presidência dos Estados Unidos estavam no Senado durante a votação. Mais cedo, o republicano John McCain havia dito que o projeto de resgate de Wall Street modificado era "um passo decisivo na direção correta", e advertiu que, se o Senado não aprovasse o texto, os problemas financeiros do país seriam muito maiores.
Já o candidato democrata, Barack Obama, havia dito que seria crucial a aprovação do pacote de US$ 700 bilhões para evitar uma catástrofe econômica. "Aos democratas e aos republicanos que se opuseram a este plano, eu digo isto: vocês têm que fazer o que precisa ser feito. Façam o que é o certo para o país, porque a hora para agir é agora", disse. "Está claro que é isso o que devemos fazer no momento para prevenir que uma crise se torne uma catástrofe."
Antes da votação, o líder da maioria (democrata) no Senado, Harry Reid, também havia exortado os deputados do Partido republicano que votaram contra o pacote na segunda-feira a mudarem seus votos.
"Com o mercado de ações registrando sua maior queda em pontos de todos os tempos depois dessa votação, nunca foi tão evidente quão importante é colocar a política de lado para estabilizar a economia para todos os americanos. Espero que os republicanos da Câmara reconsiderem seu voto e decidam colocar o país em primeiro lugar", disse Reid.
Já o deputado Trent Franks (Partido Republicano/Arizona) afirmou que as mudanças feitas no pacote nos últimos dois dias não eram suficientes para fazê-lo mudar de posição (ele é um dos 228 que votaram contra o pacote na segunda-feira), mas provavelmente farão outros deputados republicanos mudarem seus votos.
Mudanças no plano
A primeira mudança no novo plano em relação ao primeiro é o aumento do valor dos depósitos garantidos - de US$ 100 mil para US$ 250 mil. O objetivo é aumentar a confiança - ou diminuir a desconfiança - na solidez dos bancos americanos, que ficariam menos expostos ao risco de uma "corrida" de correntistas.
Para que este limite de garantia seja ampliado, o projeto de socorro aos mercados financeiros do Senado dos EUA vai permitir temporariamente que a agência federal que garante os depósitos bancários norte-americanos, a FDIC (Federal Deposit Insurance Corp), tome empréstimos sem limites de valor do Departamento do Tesouro, informou o The Wall Street Journal. Isto é importante porque vai aumentar amplamente o poder da FDIC para garantir que os depositantes possam ter seu dinheiro de volta se seus bancos falirem.
Outra medida é a ampliação do prazo para a "marcação a mercado". Isso significa que os gestores de investimentos teriam mais tempo para ajustar o valor dos ativos que compõem a carteira de aplicações. Desta forma, a forte oscilação que tem tomado conta dos mercados seria amenizada no resultado diário das aplicações, o que também tem o objetivo de diminuir a desconfiança dos americanos em relação aos seus investimentos, evitando a corrida aos bancos.
O plano que foi a votação no Senado trouxe ainda uma proposta de benefício aos desempregados. Os líderes dos dois partidos americanos ainda prometeram acrescentar ao pacote um projeto de corte de impostos. Como o otimismo em relação ao pacote é bem maior no Senado, acredita-se que a decisão de votar antes na alta câmara do Congresso foi uma forma de colocar pressão sobre os deputados da Câmara dos Representantes, para que eles mudem seus votos.
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