O Senado dos Estados Unidos anunciou um acordo de última hora nesta quarta-feira para evitar um lapso histórico na capacidade de endividamento do governo e um possível calote da dívida, além de possibilitar a reabertura do governo após duas semanas de paralisação.
Mas mesmo que o Senado e a Câmara dos Deputados consigam superar os obstáculos regimentais para fechar um acordo antes de quinta-feira, quando o Tesouro diz que terá esgotado sua capacidade de endividamento, a solução será apenas temporária e estabelece a perspectiva de um novo impasse no início do próximo ano.
Os principais índices das bolsas norte-americanas subiram mais de 1% devido ao otimismo com a possibilidade de os parlamentares finalmente fecharem um acordo para encerrar o impasse fiscal.
O líder da maioria do Senado, o democrata Harry Reid, e o líder republicano, Mitch McConnell, anunciaram o acordo no plenário do Senado, onde a proposta deve ser aprovada com facilidade, principalmente após um dos principais críticos do acordo, o senador republicano Ted Cruz, ter dito que não vai agir para barrar a tramitação da matéria.
Semanas de uma amarga disputa entre democratas e republicanos sobre a reforma do sistema de saúde implantada pelo presidente Barack Obama levaram a uma paralisação do governo por duas semanas, em que centenas de milhares de servidores federais foram colocados em licença sem remuneração.
A briga inicial sobre a lei do sistema de saúde se transformou em uma ampla batalha sobre o teto da dívida, ameaçando provocar um default que teria eco em todo o mundo.
Democratas e republicanos estão confiantes que a Câmara dos Deputados terá votos suficientes para aprovar o plano bipartidário do Senado nesta quarta-feira, disse um assessor democrata.
Assessores do presidente da Câmara, o republicano John Boehner, telefonaram mais cedo para líderes do Senado para informar que a Câmara votará primeiro sobre a medida, segundo o assessor. Ele acrescentou que parece estar certo que o projeto obterá aprovação com a maioria dos votos de democratas.
Os parlamentares correm contra o tempo. Enquanto analistas e autoridades norte-americanas dizem que o governo ainda terá cerca de 30 bilhões em caixa para pagar suas obrigações por alguns dias, o setor financeiro pode começar a parar na quinta-feira, caso nenhuma acordo seja assegurado.
A agência de classificação de risco Fitch alertou na terça-feira que pode rebaixar a nota "AAA" dos Estados Unidos citando a disputa política sobre a elevação do teto da dívida do país.
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