Os servidores do Ministério do Trabalho em Curitiba decidiram, em assembleia na tarde desta terça-feira (6), manter por tempo indeterminado a greve da categoria. Cerca de 20 servidores, um terço do quadro de funcionários na cidade, aderiram ao movimento. A paralisação parcial afetou a emissão e entrega de carteiras de trabalho, os pedidos de seguro desemprego e as homologações de rescisões trabalhistas.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs), a paralisação foi reiniciada porque o governo não atendeu a pauta de reivindicações apresentada pela categoria em fevereiro de 2009. Entre novembro e dezembro do ano passado, os trabalhadores chegaram a paralisar as atividades por 40 dias.
De acordo com o sindicato, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, 100% dos servidores aderiram à paralisação. O comando de greve vai visitar outras regiões do estado a partir de quarta-feira (7), com o objetivo de ampliar o número de adesões à mobilização. Em todo o estado, o MTE tem cerca de 200 servidores. O reinício da greve antecipa um movimento dos trabalhadores em âmbito nacional, com paralisação em outros estados previstas a partir do dia 12 de abril.
De acordo com o Sindprevs, a antecipação da retomada da greve no Paraná foi definida por unanimidade. Apesar da paralisação, o sindicato informa que não haverá piquetes ou manifestações públicas. "Os servidores que quiserem aderir ao movimento vão se apresentar à sede do sindicato, ao invés de comparecer ao trabalho", disse o diretor do Sindprevs, Ruy João dos Santos.
O sindicato afirma que as negociações com o governo federal foram iniciadas em 20 de fevereiro do ano passado. No final do ano passado, a categoria só interrompeu a greve, porque o Ministério do Planejamento teria se comprometido a apresentar uma nova proposta à categoria. Desde então, houve cinco reuniões, mas o governo não atendeu às reivindicações dos servidores do MTE. "Note que faz mais de um ano que apresentamos nossos pedidos. Mesmo assim, o governo disse que não tem nada a nos oferecer", apontou Santos.
Reivindicações
Os trabalhadores do Ministério reivindicam a criação de um plano de carreira específico e independente de outros órgãos. Atualmente, a categoria está atrelada aos servidores da Seguridade Social, que engloba ainda funcionários da Saúde, Funasa e Previdência. O sindicato alega que os servidores do MTE têm o menor salário do serviço público do país.
A categoria pede ainda jornada de trabalho com atendimento de 12 horas, em dois turnos de 6 horas e que as gratificações sejam imediatamente incorporadas aos salários. Além de melhores condições de trabalho, com a melhoria dos prédios onde as unidades do Ministério estão sediadas, e paridade de reajuste entre ativos e aposentados.
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