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O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, deixou nesta terça-feira (27) o Ministério da Fazenda informando que o ritmo de vendas do setor poderá fechar o mês de janeiro praticamente igual ao ritmo de dezembro. Segundo ele, os dados ainda não estão fechados e podem sofrer impacto significativo nos últimos três dias do mês, já que é neste período que se elevam as vendas de veículos comerciais.

De acordo com Schneider, em dezembro de 2008 as vendas ficaram em torno de 196 mil unidades, enquanto em janeiro do ano passado elas estavam em 215 mil. O ápice de vendas, segundo Schneider, foi atingido em junho e julho de 2008, quando foram vendidos entre 240 mil a 250 mil unidades. "Não recuperamos ainda o nível de vendas até setembro, mas foram importantes as medidas anunciadas pelo governo, em dezembro, porque elas estancaram a tendência de queda que vínhamos percebendo", afirmou Scheider.

Segundo ele, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi particularmente importante para essa recuperação. O executivo da Anfavea afirmou, no entanto, que uma eventual prorrogação desse benefício fiscal, além de 31 de março deste ano, não foi assunto, hoje, de reunião com o ministro Guido Mantega. Schneider disse que a reunião serviu apenas para "uma análise de conjuntura". "Não tratamos nada específico", afirmou.

Na avaliação do executivo, os estoques de veículos da indústria automotiva deverão ser reduzidos "significativamente" no início de fevereiro. Segundo ele, esse movimento deve ser influenciado pelo ritmo de vendas de janeiro e também pela redução da produção, considerando que várias montadoras adotaram férias coletivas e banco de horas para dispensar trabalhadores. "Minha perspectiva é que o estoque caia significativamente no início de fevereiro", afirmou.

Ele informou que em novembro do ano passado a indústria automotiva tinha 56 dias de estoque e em dezembro passou para 36 dias. O estoque considerado normal pelas empresas, segundo Schneider, é em torno de 26 a 28 dias.

Importações

Schneider disse que a decisão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior de voltar a exigir licença prévia das importações não deve ser uma restrição efetiva. "Não quero crer nisso. É importante que sejam olhadas as importações de peças que são utilizadas na produção para que não tenhamos um efeito perverso no ritmo da produção, por falta de peças", afirmou Schneider, referindo-se ao fato de muitas montadoras importarem peças para montar veículos no Brasil. Ele disse que não tratou do assunto com Mantega.

Emprego

O executivo não quis alimentar a polêmica com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que tem criticado as demissões no setor automotivo. Segundo Schneider, as empresas estão conversando com os sindicatos e as saídas que estão sendo adotadas, como banco de horas e suspensão temporária dos contratos de trabalho, são alternativas às demissões, "e estão previstas na lei trabalhista".

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