Os sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios nos Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Brasília, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul rejeitaram a proposta acertada ontem entre a estatal e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect). Com isso, a greve dos funcionários dos Correios deve continuar em todo o país.
A continuidade ou não da greve dos Correios será votada no Paraná na tarde desta quarta-feira (5). As assembleias da categoria no estado irão ocorrer em seis cidades Curitiba, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Maringá e Londrina - a partir das 16 horas. Os funcionários da empresa votam o acordo fechado entre os Correios e o Comando de Greve na terça-feira (4), no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O próprio presidente da Fentect, José Rivaldo da Silva, reconheceu que, com a rejeição por parte desses sindicatos, que são os mais representativos do País, o movimento grevista deve continuar até que o dissídio da categoria seja julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Segundo Elias Cesáreo de Brito Júnior, presidente do Sintect de São Paulo, o principal ponto de insatisfação da categoria é o desconto de seis dias, dos 21 em que a categoria ficou de braços cruzados, na folha de pagamento e a previsão de compensação dos outros 15 em finais de semana. Ele explicou que, atualmente, um funcionário dos Correios que trabalha aos sábados tem direito a dois dias de folga por semana. Mas, na forma estipulada no acordo, cada sábado trabalhado compensará apenas um dia parado.
Outro ponto de insatisfação, segundo Brito Júnior, está no fato de os Correios não terem aceitado dar o aumento linear de R$ 80 00 a partir de 1º de agosto, data-base da categoria. Pelo acordo fechado ontem, esse acréscimo incidirá apenas a partir do salário de outubro.
Amanda Gomes Corcino, presidente do Sintect do Distrito Federal, admitiu que, com a rejeição da proposta, haverá o desconto automático de todos os 21 dias da greve. Ela ponderou, no entanto, que os trabalhadores preferiram deixar a decisão para o TST em vez de de aceitar as condições acordadas.
Amanda disse, também, que espera que até segunda-feira, quando está marcada nova audiência no TST para discutir a questão, as negociações avancem com a empresa em relação à compensação dos dias parados e também em relação ao aumento real nos salários.