O Sistema de Pagamento em Moedas Locais (SML) entre o Brasil e a Argentina avançou pouco, depois de um ano de efetiva operação. Ele beneficiou 170 contratos de exportações brasileiras para o país vizinho, no mês de outubro, no total de R$ 61,4 milhões, contra apenas oito contratos comerciais do lado argentino, no valor de R$ 325 mil, de acordo com os números do Banco Central.
O somatório representa menos de 2% da corrente de comércio bilateral, mas as autoridades monetárias dos dois países estão otimistas quanto ao crescimento gradativo do uso do real e do peso argentino, convertidos pela taxa SML do dia de registro da transação comercial, sem necessidade de conversão para o dólar. Simplificação que pode baratear os custos da operação em até 3%, mas ainda é quase desconhecida para a maioria dos comerciantes.
A sistemática foi adotada em outubro do ano passado, no auge da crise financeira, com o objetivo de salvaguardar os pequenos e médios exportadores das fortes oscilações do câmbio. A medida deu certo, apesar do avanço lento, tanto que o Brasil já assinou um protocolo de intenções, no final de outubro último, para implantar o SML também com o Uruguai, e a estimativa do BC brasileiro é de que possa funcionar já no segundo trimestre de 2010.
O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que essa pode ser uma tendência mais abrangente e anunciou a existência de estudos para o uso de moedas locais também no comércio de bens entre os países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). Mas enfatizou época que se tratava de avaliações ainda embrionárias dada a complexidade de conversibilidade de moedas pouco aceitas no cenário internacional.
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