Mariana Tramontin e o novo aparelho de ultra-som: melhoria de renda no curto prazo| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

Ajustando os gastos para ficar no azul

Para quem tem dívidas, uma boa meta para 2009 é sair do "vermelho" e encerrar o ano no "azul". Mas para isso não existe mágica e vale a velha fórmula de gastar menos do que se ganha. Ou então repensar o padrão de gastos, ajustando os hábitos de consumo para pôr as finanças da casa em dia. "Para isso não é preciso abrir mão de nenhum sonho, mas é importante adiar o consumo para não contrair dívidas e viver com tranqüilidade financeira", destaca Ana Paula, da UFPR. (ACN)

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Restando poucos dias da última folhinha do calendário deste ano, muita gente já tem em mente os planos e metas para 2009. E no início do ano-novo, tão importante quanto parar de fumar ou perder os quilinhos que estão sobrando é conseguir a felicidade através da realização de seus desejos de consumo, como a compra do carro novo ou a conquista da casa própria.

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Em todos os casos, para não ficar só na promessa e conseguir atingir os objetivos é preciso ter iniciativa, planejamento e força de vontade. A reportagem ouviu os planos de algumas pessoas e consultou Ana Paula Cherobin, professora do Departamento de Administração da UFPR, especialista em finanças pessoais e coordenadora do Projeto de Orçamento Familiar da UFPR, que indicou a melhor forma para cada um chegar lá.

Casa, carro e casamento

O empresário José Manuel Kantek Júnior já traçou suas metas de curto, médio e longo prazos. Ele quer comprar um carro, casar e financiar a casa própria. Em 2009, ele pretende começar pelo que considera mais fácil: financiando um carro usado com valor próximo a R$ 15 mil.

Para atingir o objetivo, Kantek Júnior se diz disposto a conter os seus gastos com lazer, inclusive abrindo mão de suas viagens para surfar no litoral e das partidas no estádio do Atlético.

A professora Ana Paula Mussi diz que o empresário acertou a definir seu primeiro passo, que é a definição de uma prioridade. No caso da opção pelo carro, ela considera uma escolha acertada, já que o desaquecimento do mercado automotivo derrubou os preços e deve proporcionar boas oportunidades de negócio. "O José Manuel faz bem em comprar um carro econômico, mas neste caso é bom estar atento para a garantia, como forma de evitar surpresas desagradáveis", recomenda. Ana Paula diz que é possível encontrar condições de financiamento acessíveis e que a taxa de juros não deve ultrapassar a 1,5% ao mês. "Dar uma entrada maior também ajuda a diminuir a dívida", sugere.

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Investindo na carreira

Já a médica veterinária Mariana Hecke Tramontin adiou o sonho da troca do carro para investir na carreira profissional. Ela comprou um aparelho de ultra-som, de última geração, importado da Itália.

"Dei sorte e consegui fechar a compra por cerca de R$ 70 mil, antes da crise e da disparada do dólar", comemora. Mesmo assim, Mariana vai passar os próximos cinco anos pagando o financiamento do equipamento. Mas, com o aparelho instalado no hospital onde trabalha, ela receberá um porcentual sobre os exames realizados por outros colegas, ajudando a amortizar parte da dívida.

"O esforço vale a pena e o aparelho pode me trazer boas oportunidades", acredita.

Na avaliação da especialista da UFPR, a decisão de Mariana foi acertadíssima. "Enquanto um carro traz apenas despesas – com gasolina, seguro e manutenção –, um bem como este melhora o nível do serviço prestado e ajuda a elevar a renda. No médio prazo, com a diferença dos ganhos ela poderá comprar um carro ainda melhor", prevê Ana Paula.

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De casa nova

Casados há 11 anos, Mário Fernandes da Silva Netto e Regina Menacho Lima querem investir na casa própria em 2009. Para isso, eles pretendem obter o financiamento de um terreno em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, com parcelas de no máximo R$ 400 ao mês, e iniciar a construção do imóvel.

"Tendo a casa própria, todo o resto fica mais fácil", garante Silva, que hoje mora de aluguel e trabalha como segurança de uma empresa privada. Sua esposa Regina está desempregada mas, sem filhos, o casal acredita que com esforço conseguirá atingir o objetivo.

A especialista aconselha o casal a ponderar a opção de construir uma casa desde o início. "É preciso ter em mente que, junto do financiamento e do custo da obra, o casal deverá pagar o aluguel até que o imóvel fique pronto", diz. "Uma opção para ganhar fôlego financeiro seria comprar um imóvel pronto ou em fase de acabamento", completa.

Outra sugestão é que, mesmo diante da dificuldade em conseguir um emprego com carteira assinada, Regina tente um trabalho parcial em algum tipo de atividade que ajude a trazer uma renda complementar para o casal.

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