Depois de colocar a nota de crédito do Brasil em perspectiva negativa, a agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou, em comunicado divulgado na tarde desta sexta-feira (7), que fez o mesmo com 11 instituições financeiras brasileiras.

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As empresas afetadas foram BNDES, Banco do Brasil, Bradesco, Banco do Nordeste do Brasil, Citibank, Itau BBA, BM&FBovespa, HSBC, Itau Unibanco Holding, Santander e Allianz Global Corporate & Specialty Resseguros.

A agência revisou, nesta quinta-feira (6), a perspectiva para a nota brasileira de neutra para negativa, e indicou que pode rebaixar o rating do país nos próximos dois anos. O atual rating da dívida soberana do Brasil de longo prazo em moeda estrangeira é BBB, segundo informações publicadas no website da empresa.

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A perspectiva do rating de longo prazo em moeda local A- também foi rebaixada de estável para negativa. A avaliação sobre a dívida do país não foi alterada, mas a agência americana indicou que poderá reduzir a nota nos próximos comunicados. Segundo o documento da agência, o baixo crescimento da economia e a redução do esforço fiscal pela equipe econômica podem representar sinais de que o país não conseguirá permanecer reduzindo a dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

A decisão da agência teve repercussão direta no desempenho do Ibovespa e do dólar nesta sexta-feira (7). O principal índice brasileiro de ações caiu ao menor patamar desde outubro de 2011, perdendo importante suporte técnico nos 52 mil pontos. O Ibovespa teve queda de 2,39%, a 51.618 pontos, na contramão dos mercados globais. O giro financeiro do pregão foi de R$ 8,12 bilhões.

O dólar fechou em alta frente ao real, mas longe das máximas do dia, uma vez que operações pontuais e a melhora do cenário externo compensaram em parte a ameaça de rebaixamento do rating do Brasil pela Standard & Poor's. Pouco após o início dos negócios, o dólar chegou a ultrapassar o patamar de R$ 2,15, nível que colocou em alerta o mercado pela possibilidade de atuação do Banco Central, o que acabou não ocorrendo. O dólar ganhou 0,48%, cotada a R$ 2,1327 na venda.

Resposta

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, relativizou nesta sexta-feira (7) a avaliação da agência de classificação de risco Standard & Poor's, que ontem fez críticas aos fundamentos da gestão da economia do Brasil.

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Para Araújo, é preciso levar em conta também a avaliação das outras agências. "Das três principais [agências], em uma delas o 'outlook' [panorama] está estável e na outra é positivo. Nenhum indicador conta a história inteira, você tem que olhar para a floresta e ver o conjunto de informações disponível." Em Porto Alegre, o diretor participou hoje da divulgação do boletim regional do BC.

O diretor afirmou ainda que o impacto da crítica da Standard & Poor's sobre investidores e empresas é incerto. "É difícil dimensionar. Até mesmo porque não houve um 'downgrade' [redução], a nota do Brasil não foi rebaixada. A agência apenas sinalizou que isso pode acontecer."