O relatório do Banco Central aponta que o desempenho industrial das Regiões Sul e Nordeste deve ser mais homogêneo em 2007 do que nos últimos dois anos. A instituição lembra que, enquanto a indústria do Sul cresceu 0,9% em 2005 e 1,3% em 2006, a do Nordeste registrou expansão de 2,5% e 3,3%, respectivamente. Mas, em 2007, a recuperação da renda agrícola e seus reflexos sobre a indústria de alimentos e de máquinas agrícolas "têm garantido recuperação mais robusta da indústria na Região Sul": nos quatro primeiros meses do ano, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul avançaram a uma média de 7,3%, frente ao crescimento de 1,7% do Nordeste que foi impactado pelos recuos do setor têxtil e de petróleo e álcool.
Segundo o Banco Central, os fracos resultados do Sul em 2005 e 2006 foram causados pelo maior direcionamento de sua indústria ao comércio exterior (afetado pela desvalorização do dólar) e pela queda da renda agrícola. Enquanto isso, o forte peso das commodities e o crescimento mais elevado da renda garantiram a forte expansão do Nordeste no período. O desempenho da indústria de alimentos que responde por 24% do PIB industrial em ambas as regiões é reflexo desse cenário: em 2006, cresceu 3,7% no Nordeste e apenas 1% no Sul. Outros destaques negativos nos últimos anos ficaram por conta da indústria de veículos no Paraná; de máquinas e equipamentos, calçados e couro no Rio Grande; e de vestuário e alimentos em Santa Catarina. (FJ)