O superávit primário de agosto - de R$ 4,561 bilhões - foi o pior resultado para o mês desde 2003, quando o resultado foi de R$ 3,955 bilhões. A informação foi divulgada hoje pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel. Ainda no resultado mensal, o pagamento de juros - de R$ 21,663 bilhões - e o déficit nominal - de R$ 17,101 bilhões - foram os piores para o mês desde o início da série histórica, em 2001.
No acumulado de janeiro a agosto, o resultado primário de R$ 96 540 bilhões é o segundo maior da série histórica, atrás apenas do observado em igual período de 2008, quando o primário ficou em R$ 100,777 bilhões. Segundo Maciel, uma das explicações para o bom resultado no período é o bom desempenho da economia brasileira, que melhora a arrecadação de impostos.
Atualmente, a arrecadação federal tem crescido com taxas próximas a 20% em relação a 2010. "Há crescimento da economia, do mercado de trabalho com a formalização dos trabalhadores. Isso ajuda no aumento da arrecadação, o que favorece o resultado primário", disse.
Nesse período de oito meses de janeiro a agosto, o BC também informou que o gasto com juros - de R$ 160,207 bilhões - é o maior da série histórica. Na comparação no acumulado de 12 meses o gasto com juro também foi recorde para o período desde o início da série, com despesa de R$ 230,531 bilhões. Com esse desempenho, o ano deve terminar sendo o primeiro com despesa com juro superior a R$ 200 bilhões desde o início da contabilidade desses números.
Estados
A evolução das contas dos Estados em 2011 é favorável, avaliou Túlio Maciel. Segundo ele, o superávit das contas dos governos estaduais de agosto é o maior da série para o mês. Esse desempenho, segundo Maciel, foi favorecido pelo aumento das transferências de recursos da União e pelo crescimento da arrecadação do ICMS (principal tributo cobrado pelos Estados).
De acordo com Maciel, de janeiro a agosto as transferências do governo aumentaram 26% e a arrecadação do ICMS subiu 4,5%. O aumento desses recursos é decorrente do impacto na arrecadação do crescimento da economia.
O chefe do Departamento Econômico do BC destacou ainda que o superávit dos estados e municípios de janeiro a agosto, de R$ 26 45 bilhões, é 50% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. O governo federal até agora não vê dificuldade de os governos regionais atingirem a meta prevista para o ano, de R$ 36 bilhões.