| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

A tarifa residencial da Copel Distribuição deve cair 5,76% no próximo reajuste anual, em 24 de junho, segundo a consultoria TR Soluções, especializada no cálculo de gastos com energia, água e gás. A estimativa é para a tarifa “normal”, ou seja, não inclui as taxas adicionais das bandeiras tarifárias, que já estão recuando e serão zeradas em abril.

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Sem contar as bandeiras, a conta de luz no Paraná subiu 104% nos últimos dois anos, ou seja, mais que dobrou. Além dos reajustes anuais da Copel, em meados de 2014 e 2015, também houve um reajuste extraordinário, para todas as concessionárias do país, em março do ano passado.

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Paulo Steele, sócio administrador da TR, diz que a redução esperada para este ano se deve basicamente a dois fatores: a redução de 31,5% no valor de um encargo setorial, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE); e o término do repasse dos “diferimentos”, ou seja, os reajustes que a empresa não havia aplicado na íntegra nos anos de 2013 e 2014 e que foram embutidos na tarifa a partir de junho do ano passado.

Pelos cálculos da TR, os diferimentos representam R$ 38 da atual tarifa residencial da Copel, de R$ 492,31 por megawatt-hora (MWh). A queda no valor da CDE, por sua vez, tende a provocar uma redução média de 4,5% nas tarifas da Região Sul, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Cotas

Outra questão que deve suavizar a tarifa da Copel, mas com peso menor que as já citadas, é a redistribuição do regime de cotas, no qual cada concessionária tem direito a uma fatia da produção de cerca de 60 hidrelétricas.

“Na redistribuição, o governo encaminhou uma fatia maior dessas cotas para distribuidoras do Sul e do Sudeste. Como a energia das cotas é mais barata que a média, isso barateia o custo dessas distribuidoras”, explica Steele.

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O leilão de concessão de 29 hidrelétricas antigas, realizado em novembro de 2015, resultou num aumento de mais de 70% no valor da energia distribuída em cotas. Por causa da cobrança de bônus de outorga, o preço subiu de R$ 35 para R$ 61 por MWh. Ainda assim, ele continua muito abaixo do cobrado pela “energia nova”, que, no último certame, foi negociada a quase R$ 150 por MWh, em média.

Segundo o consultor da TR Soluções, a queda de 32% na tarifa de Itaipu em 2016 deve ter efeito neutro sobre a tarifa da Copel. Isso porque a energia produzida pela hidrelétrica é cotada em dólar, que ficou mais caro.