Uma pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) divulgada nesta quinta-feira (11) mostrou que os juros ao consumidor atingiram o maior patamar em três anos no mês de novembro, com elevação sobre o outubro, apesar da manutenção da taxa Selic nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC).

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A taxa mensal média para pessoas físicas atingiu 7,61% no mês passado, contra 7,54% de outubro, o maior percentual desde novembro de 2005. Em todas as modalidades de empréstimo houve aumento das taxas: para o rotativo do cartão de crédito, o juro subiu de 10,46% para 10,56% entre outubro e novembro; a taxa do cheque especial, no mesmo período, aumentou de 7,93% para 8,02%.

No caso do cartão de crédito, a taxa de 10,56% de novembro - que representa 233,56% ao ano é o maior em mais de cinco anos, desde julho de 2003, quando a taxa do rotativo do meio de pagamento era de 10,65% ao mês e de 236,83% no ano.

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Desde setembro de 2005, houve uma redução de 6 pontos percentuais na taxa Selic, que passou de 19,75% para 13,75% ao ano, de acordo com a associação. No mesmo período, porém, a taxa média anual para a pessoa física, depois de variar para baixo, foi zerada em novembro, chegando aos mesmos 141,12% registrados há três anos.

Selic x juros

Economistas ouvidos pelo G1 explicaram que, dada a atual situação da economia, em que o crédito está escasso, a redução da Selic acaba tendo um efeito reduzido sobre o comportamento do juro na "economia real". Atualmente, com medo da crise, os bancos estão mais seletivos ao liberar dinheiro, o que causa a alta da taxa.

O professor de Finanças da escola de negócios Ibmec-SP, Carlos Fagundes, explica que é o risco de crédito, maior em períodos de incerteza – em que as empresas têm lucros menores e os trabalhadores estão mais sujeitos ao desemprego –, que define o rumo das taxas de juro ao consumidor.

Ou seja: em momentos como o atual, a tendência dos juros ao consumidor é para cima, com influência limitada da taxa básica de juros. "É um procedimento perverso, (decorrente da) redução da atividade econômica", explica o economista.

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Pessoas jurídicas

A taxa mensal para pessoa jurídica (empresa) também teve alta no mês, atingindo 4,47% em novembro de 2008, 0,04 pontos percentuais a mais do que no mês anterior. Em relação a novembro do ano passado, o crescimento foi ainda maior: em 2007, a taxa estava em 4,1%, segundo a Anefac.