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Taxa do cheque especial sobe em outubro para 278,1%, maior nível em 20 anos

 | Marcos Santos/USP Imagens
(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

A taxa média de juros no crédito livre, modalidade oferecida pelos bancos aos consumidores, subiu de 46,2% para 47,9% ao ano entre os meses de setembro e outubro de 2015, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Banco Central. Com essa alta, a taxa volta a ser a maior da série iniciada em março de 2011.

Desde o início do ano, em todos os meses a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior. Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 263,7% em setembro para 278,1% ao ano no mês passado. Esta é a maior taxa cobrada em 20 anos.

De janeiro a outubro de 2015, a taxa de juros no crédito livre subiu 10,6 pontos porcentuais (pp), já que em dezembro de 2014 estava em 37,3% ao ano (aa). Em 12 meses até outubro, a alta é de 10,1 pp. Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou de 62,3% aa em setembro para 64,8% em outubro, também a maior da série histórica. Para pessoa jurídica, houve elevação de 29,3% para 30,2% de setembro para outubro.

Quanto ao cheque especial, ao longo de 2015, as taxas cobradas por uma das linhas mais caras que o consumidor pode acessar - perde apenas para o rotativo do cartão de crédito - subiram 77,1 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 o juro médio dessa modalidade estava em 201% ao ano.

Já para o crédito pessoal, a taxa total avançou de 49,8% em setembro para 52,9% em outubro. No caso de consignado, a taxa passou de 27,6% para 28,1% de setembro para outubro e, nas demais linhas, de 118,2% para 129,1%. No caso de aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram de 25,6% para 25,9% de um mês para outro.

A taxa média de juros no crédito total, que também inclui as operações direcionadas, subiu de 29,3% em setembro para 30,5% em outubro.

Inadimplência

A taxa de inadimplência no mercado de crédito com recursos livres ficou praticamente estável em outubro. Ante setembro houve alta de 0,1 ponto porcentual, passando de 4,9% para 5,0% segundo o Banco Central. Para pessoa física, também foi registrado aumento de 0,1 pp nessa comparação, passando de 5,7% para 5,8%. Para as empresas, a alta foi ligeiramente mais elevada, de 0,2 pp, indo de 4,1% para 4,3% de um mês para o outro. Desde o início do ano, verifica-se uma certa estabilidade no volume de calote ao sistema financeiro.

A inadimplência do crédito direcionado também teve certa estabilidade de setembro para outubro, em indo de 1,2% para 1,4%. O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra inadimplência de 3,2% em outubro ante 3,1% em setembro.

No crédito livre para pessoa física, a inadimplência no crédito pessoal ficou estável em 3,8%. No cheque especial, recuou de 15,3% para 14,3% na mesma comparação mensal.

Na aquisição de veículos para pessoas físicas, a inadimplência foi mantida de setembro para outubro em 4,0%. No cartão de crédito, avançou de 8,0% para 8,2% na mesma comparação.

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