O Tribunal de Contas da União (TCU) vai determinar que o conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) apure a conduta do jornalista Luiz Fernando Emediato, representante da Força Sindical no comitê de investimento do FI-FGTS e um dos responsáveis pela aprovação de aportes do fundo.
Em relatório preliminar lido na quarta-feira, 24, na reunião do comitê, o TCU informa que dará um prazo de um mês para o conselho curador do FGTS investigar se houve conflito de interesse na postura de Emediato. O jornal O Estado de S. Paulo revelou em junho que Emediato procurou ao menos quatro empresas, beneficiadas ou na fila de espera por recursos do FI-FGTS, para que patrocinassem um filme baseado num livro que escreveu. Ele conseguiu captar R$ 1 milhão com o Banco Original, do grupo J&F.
O presidente do FI-FGTS, Dyogo de Oliveira, secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, tinha informado ao conselho curador que a abertura de uma sindicância para apurar possível conflito de interesse seria possível, mas a prerrogativa era do Ministério do Trabalho. Agora, o TCU recomenda o processo.
Quando recebeu dinheiro do Banco Original para o filme, Emediato fazia parte do comitê de investimento como representante do Ministério do Trabalho. O fundo tem R$ 1,8 bilhão em debêntures (papéis de dívida) da Eldorado Brasil Celulose, controlada pelo grupo J&F, que é dona também da JBS, maior produtora de carne do mundo.
Além do Banco Original, o banco BTG e as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht também foram procuradas para darem apoio ao filme. Depois de questionado pela reportagem sobre as operações, Emediato pediu que as construtoras desconsiderassem o pleito, alegando que poderia causar conflito de interesses. Emediato afirmou à reportagem que não participaria de reuniões deliberativas envolvendo eventuais patrocinadoras de filme. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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