A Telefônica Brasil espera conseguir até R$ 2 bilhões em sinergias anuais após a conclusão da compra da GVT, afirmou o vice-presidente financeiro da companhia, Alberto Horcajo Aguirre, nesta quarta-feira (29), acrescentando que 70% desse valor deve ser obtido em 2017.
Mais cedo, a Telefônica Brasil divulgou apresentação a investidores elevando de maneira significativa suas projeções de sinergias a serem conseguidas com a incorporação da GVT. A conta passou de até R$ 14,1 bilhões para até R$ 22 bilhões, segundo o “melhor cenário”, traçado pela companhia. As projeções, junto com o resultado de segundo trimestre apresentado mais cedo, animaram uma alta de mais de 7% nas ações da companhia, que lideravam a ponta positiva do Ibovespa.
Como parte do otimismo dos investidores que motivou o salto nas ações da empresa, o grupo Telefónica anunciou mais cedo acordo com a Vivendi para troca de ações da Telefônica Brasil detidas pelo grupo francês por papéis do grupo espanhol.
Segundo Aguirre, a expectativa é que esta operação, um desdobramento da compra da GVT, deve ser aprovada rapidamente pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que deixará a Vivendi com uma participação residual na Telefônica Brasil.
“Eles vão ficar com menos de 1% (de participação na Telefônica Brasil) e não tenho dúvida de que na hora certa eles vão sair”, afirmou o executivo.
Mudanças
Aguirre evitou fazer comentários sobre cortes de pessoal após a incorporação da GVT. Ele afirmou, porém, que a Telefônica Brasil já fez “bastantes mudanças e ao longo do ano trabalhamos para conseguirmos maiores níveis de produtividade e qualidade de serviços. Temos algumas metas (...) somos uma empresa com 34 mil profissionais. Podemos fazer igualmente bem com menos recursos”, afirmou.
Entre os benefícios da incorporação da GVT, executivos da Telefônica Brasil citaram a ampliação das ofertas de banda larga da operadora, em complementação aos investimentos para levar fibra ótica até a casa dos clientes, a chamada “fiber to the home” (FTTH).
Com isso, a empresa manterá os investimentos na rede FTTH em locais que justifiquem os gastos, mas passará a adotar também a tecnologia “fiber to the cabinet” (FTTC) em bairros da cidade de São Paulo atendidos atualmente apenas por cabos de cobre, de forma a ofertar velocidades de banda larga maiores aos clientes.