O ministro da Fazenda, Guido Mantega, esclareceu que os bancos farão financiamento de automóveis com recursos próprios e com a liberação dos depósitos compulsórios pelo Banco Central. Segundo ele, o setor automotivo é o que mais sofre com falta de crédito. Mantega explicou que o setor financeiro tem liberado empréstimos de 24 a 36 meses, mas se comprometeu a ampliar este prazo.
"Isso fará com que a prestação caiba no bolso do consumidor", destacou nesta segunda-feira (21) durante anúncio de um novo pacote de estímulos à indústria nacional. O ministro disse que os bancos brasileiros são pouco alavancados e decidiram adotar uma postura prudencial na liberação do crédito, "que talvez seja um pouco excessiva".
O ministro disse que o governo irá controlar a liberação do crédito semanalmente, por meio dos dados do Banco Central, mas não existe uma meta. "Temos que dar voto de confiança para os bancos. Não vejo possibilidade de que isso não funcione."
Liquidez
No que depender dos bancos, não faltará liquidez para o financiamento do setor automotivo, seja na venda de veículos, seja no aumento da produção. A afirmação é do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, feita em comunicado à Agência Estado, em que avalia as medidas de estímulo anunciadas na noite desta segunda-feira.
"Devemos arregaçar as mangas para que o Brasil seja uma referência global de crescimento econômico, com desenvolvimento social", disse o presidente do Bradesco. Para ele, a disposição do governo em "enfrentar o desafio do crescimento num contexto de incerteza global", com medidas estruturais e pontuais de estímulo, como as divulgadas mais cedo em Brasília, é muito bem-vinda.
"Medidas de incentivo à indústria e ao consumo são possíveis porque o Brasil tem fundamentos sólidos e qualidade de gestão. Estamos vivendo um momento importante, que exige abnegação, sacrifício e trabalho", destacou o executivo.
Os efeitos positivos do conjunto de medidas de incentivo à indústria automobilística são vários, avalia Trabuco. O primeiro é a geração de empregos, diretos e indiretos, que beneficiam uma longa cadeia produtiva. O segundo fator é o estímulo ao investimento num setor que tem gerado inovação, ganhos tecnológicos e competitividade. O terceiro é o benefício aos consumidores, que poderão continuar a contar com uma oferta adequada de produtos e preços acessíveis.