Meirelles é visto como um forte candidato para substituir Joaquim Levy na Fazenda e é apoiado pelo ex-presidente Lula| Foto: Valter Campanato/ABr

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou na manhã desta sexta-feira (13) que é preciso estabelecer como “prioridade número um” a questão do ajuste fiscal. A declaração foi dada durante evento em São Paulo, promovido pelo Instituto Millenium com ex-presidentes do BC.

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“É fundamental uma trajetória consistente da dívida pública. A trajetória da dívida tem de ser revertida e estabelecermos como prioridade número um o ajuste fiscal e o equacionamento dessa questão”, afirmou.

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Segundo ele, é preciso enfrentar os problemas de curto prazo, mas deixar claro que serão endereçadas questões mais estruturais. “Algumas delas são de difícil equacionamento, inclusive político. Se fosse fácil, teríamos resolvido há muito tempo. Isso acontece com o aumento constante das despesas públicas por um período muito longo”.

Despesas

Meirelles afirmou que, tendo em vista a carga tributária elevada brasileira, a resolução para a questão fiscal passa por uma revisão das despesas públicas. “Isso deve passar por medidas de ordem legal e mesmo constitucional. É um ponto importante de mobilização no Brasil atualmente é a limitação das despesas públicas, em vez de garantir simplesmente que as despesas estejam asseguradas pelas normas legais e constitucionais”, reforçou.

Ele admitiu, no entanto, que talvez seja preciso, no curto prazo, um aumento de impostos, em função de uma questão emergencial de reverter a trajetória da dívida pública.

Meirelles não comenta rumores sobre eventual ida para a Fazenda

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles recusou-se a comentar nesta sexta-feira (13) os rumores sobre eventual ida ao Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy, dizendo que seria uma “deselegância” falar sobre ocupar um cargo que está ocupado.

Meirelles, que participou em São Paulo de evento ao lado de outros dois ex-presidentes do BC, Armínio Fraga e Gustavo Franco, também não quis comentar o que faria se estivesse no ministério, mas voltou a afirmar que é importante sinalizar o que será feito para garantir o crescimento no longo prazo.

“Seria uma deselegância da minha parte comentar rumores sobre ocupar um cargo que está ocupado”, disse Meirelles, acrescentando em seguida: “Não vou comentar o que faria se estivesse lá”.

O nome de Meirelles, atualmente presidente do Conselho de Administração da holding J&F, agitou os mercados nesta semana diante dos crescentes rumores de que a presidente Dilma Rousseff estaria sendo pressionada para tirar Levy e colocá-lo na Fazenda, a fim de lidar com os problemas econômicos do país.

Com perfil técnico e político, Meirelles agradaria ao mercado financeiro e traria algum alento para os movimentos sociais que sustentam o PT, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

Nesta semana, no auge dos rumores, ele já havia afirmado que não houve convite concreto para assumir o Ministério da Fazenda.

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