Duelo sem fim
Tire algumas dúvidas sobre o impasse do aumento do teto da dívida americana
Bancos pedem pressa a Obama e parlamentares
Alguns dos principais executivos dos maiores bancos dos Estados Unidos enviaram uma carta ao Congresso e à Casa Branca pedindo que os congressistas e o presidente Barack Obama cheguem a um acordo sobre o déficit do país ainda nesta semana. O Wall Street Journal conseguiu uma cópia do documento.
"Nossa recuperação econômica continua muito frágil. Um default nas obrigações de nossa nação ou um rebaixamento do rating de crédito da América seria um tremendo golpe nos negócios e na confiança do investidor elevando as taxas de juros para todos os que tomam empréstimos, enfraquecendo o valor do dólar e abalando os mercados de ações e bônus e, portanto, piorando dramaticamente as circunstâncias econômicas já difíceis de nossa nação", diz a carta, assinada, entre outros, pelos executivos-chefes do Bank of America, Brian Moynihan; do Citigroup, Vikram Pandit; do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein; e do JPMorgan Chase, James Dimon.
"Dado este risco muito real, as autoridades precisam corrigir nosso rumo fiscal agora, inspirar a confiança do mercado ao pagar todas as nossas contas no prazo e demonstrar que a América é capaz de colocar as diferenças de lado para solucionar nossos problemas mais desafiadores", prossegue a carta. Todos os signatários são membros do Fórum de Serviços Financeiros, associação de executivos-chefes das 20 maiores firmas de serviços financeiros nos EUA.
Agência Estado
O Departamento do Tesouro dos EUA já tem um plano de contingência para o caso de o Congresso não votar a liberação de novos empréstimos do governo até terça-feira. Sem listar que contas deixará de pagar, não conseguiu aplacar o temor do mercado. A pergunta, que o Tesouro diz que responderá antes da data-limite, no dia 2, monopoliza o foco de investidores, analistas, eleitores e lobbies. O Tesouro, porém, hesita em detalhar o plano enquanto o Congresso ainda discute se aumenta o teto da dívida, alimentando a ansiedade.
O plano do republicano John Boehner, que prevê um aumento provisório do teto de endividamento, deveria ser votado ontem na Câmara dos Representantes, mas até o fechamento desta edição, às 22h45 (horário de Brasília), ainda não havia nenhuma definição sobre o assunto. Mesmo que os deputados aprovem a proposta, o líder do Senado norte-americano, o democrata Harry Reid, já havia dito ontem que a casa votaria o plano na mesma noite para bloquear o projeto.
"Assim que a Câmara concluir a votação, o Senado irá organizar-se para apreciar a proposta e a mesma será bloqueada esta noite [de ontem]", disse Reid em nota. Os democratas do Senado precisam de uma maioria de 51 votos para bloquear a lei. Todos os 51 senadores democratas e dois independentes já disseram que não darão apoio à medida. "Nenhum democrata irá votar a favor desse curativo de curto prazo, que colocará nossa economia em risco e a nação em uma situação indefensável em poucos meses", disse Reid.
Títulos
Os juros que o governo paga sobre os títulos de curto prazo do Tesouro subiram a 0,10% ontem. Os papéis vencem dia 4. A variação pode ser discreta, mas títulos com vencimento próximo têm virtualmente taxa zero de retorno, e a rapidez da mudança indica que os investidores se preparam para um calote. "O que posso dizer agora é que, embora só o Congresso possa garantir que o governo pague todas as suas contas, o Tesouro detalhará, conforme se aproxima o dia 2, como fará sem poder tomar empréstimo", disse uma porta-voz do Tesouro.
Segundo a mesma porta-voz, as medidas podem ser anunciadas "a qualquer momento até terça", quando a verba dos empréstimos acaba. Na prática, o plano deve apontar manobras de caixa e mostrar como será o calote se doméstico ou externo.
Embate
A Casa Branca não divulgou dados completos, mas a estimativa mais corrente, do Centro de Políticas Bipartidárias, mostra que o governo tem contas de US$ 307 bilhões e expectativa de receita de US$ 172 bilhões no mês. A diferença implicaria em calote. Resta saber onde o governo decidirá cortar. As possibilidades vão dos juros sobre títulos da dívida americana o que afetaria a economia global, já que eles são referência do mercado a cheques dos aposentados.
Para aumentar a dívida, o Congresso precisa aprovar cortes no Orçamento que tornem o déficit sustentável. É sobre esses cortes que falta consenso entre os partidos e até mesmo dentro deles.
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