O governo recomprou 1,674 bilhão de reais em bônus da dívida externa em uma ação que faz parte do arsenal de combate à valorização excessiva do real frente ao dólar. O Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira (19) que recomprou 655,25 milhões de reais em bônus globais BRL 2016, com preço de recompra de 120,5% do valor de face, e 1,018 bilhão de reais em bônus globais BRL 2022, que teve preço de recompra de 130% do valor de face. Ambos os papéis tiveram cupom de 12,5%. "O Brasil pagará na data de liquidação (27 de abril) o preço de compra aplicável mais os juros decorridos (até o dia anterior ao da liquidação) para os títulos comprados", disse o Tesouro em comunicado. Essa operação foi casada com a emissão dos bônus globais com vencimento em 2024 na última terça-feira, com a qual o Tesouro captou 3,15 bilhões de reais nos mercados norte-americano, europeu e asiático, com um rendimento de 8,6% ao ano, o menor da história para títulos denominados em real. Após a operação de recompra, o estoque remanescente de bônus BRL 2016 ficou em 2,856 bilhões de reais e o de BRL 2022 ficou em 2,216 bilhões, segundo o comunicado do Tesouro. A operação de recompra de dívida externa está na mira do Tesouro desde o começo do mês passado, mas era necessário emitir novos papéis, conforme disse na quarta-feira o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Em março, Augustin disse que o Tesouro poderia ir a mercado para adquirir mais 7,5 bilhões de dólares, a fim de quitar o vencimento integral da dívida externa que vence até 2015, ou até mesmo mais longe, a partir de 2016. Também podem vir emissões externas em real. Naquele momento, havia em caixa 7,4 bilhões de dólares para pagar 49% da dívida externa a vencer até 2015.
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