A revista britânica "The Economist" afirma em sua edição publicada neste sábado (25) que, apesar das "promissoras" reformas, a situação econômica na Espanha permanecerá a mesma, a menos que surjam novas fontes de crescimento.
Esta publicação dá sua visão em dois artigos sobre o panorama econômico vivido pelo país, onde dois anos depois dos protestos dos chamados "indignados", em Madri, tanto o governo de Mariano Rajoy como a oposição são "impopulares".
A "The Economist" detecta "algumas brechas de esperança" para a economia espanhola, como a diminuição do custo da dívida e o controle da despesa nas comunidades autônomas.
Enquanto outros países afetados pela crise na zona do euro culpam os alemães por seus problemas, na Espanha se considera que o país paga por seus excessos após a explosão da bolha imobiliária, observa a "The Economist".
Com números econômicas "lúgubres" e uma economia "em profunda recessão", a Espanha poderia representar "o maior teste para o euro" por ser o único membro de peso da União Europeia (UE) que esteve "perto de um resgate".
Enquanto Grécia, Irlanda, Portugal e Chipre já foram resgatados e estão imersos em programas estipulados com a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), a Espanha adotou em 2012 uma "oferta a meio caminho".
Ao contrário da França, realizou grandes reformas estruturais e, em relação à Itália, tem um governo sólido que espera durar até as próximas eleições, no final de 2015, diz a revista.
O programa de reestruturação e reformas do governo começou a produzir resultados, segundo a publicação, e a economia real mostra sinais de melhora, de acordo com o fato de a Espanha ter feito mais que a maioria dos países da UE para recuperar competitividade.
Apesar dessas "brechas de esperança", a "The Economist" encontra alguns "problemas" que poderiam "desfazer esse progresso limitado", como a crise de crédito e a insuficiente demanda e falta de recursos para o crescimento.
Em outro artigo, centrado na situação de desemprego do país, a "The Economist" afirma que Rajoy espera reverter a tendência antes do próximo pleito, apesar de até o momento seu desempenho ser "deprimente".
Nos últimos 17 meses, foram cortados 1,2 milhão de postos de trabalho, elevando o total da perda de empregos para acima de 6 milhões desde 2007, lembra a revista.
Dentro da UE, apenas os dados de desemprego da Grécia são piores, e em províncias do sul da Espanha como Cádiz, essa taxa se situa acima de 40%. Entre os jovens, o número passa de 57%, acrescenta a publicação.
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