O presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, disse nesta terça-feira (16) que a empresa vai reduzir custos trabalhistas no país dentro do esforço de ganhar eficiência e cortar despesas em R$ 1 bilhão entre 2016 e 2017. A afirmação foi feita, em Londres, durante a apresentação anual da Telecom Itália, controladora da operadora brasileira, aos investidores.
“O custo trabalhista é muito impactado pela inflação no Brasil. Vamos reduzir em R$ 100 milhões começando este ano, quando o faremos especialmente nos primeiros meses do ano”, disse o executivo brasileiro aos investidores na Inglaterra. Entre as demais ações previstas pela companhia para cortar gastos em R$ 1 bilhão em dois anos estão novos processos para racionalização e automação de funções, além de otimização de gastos com aluguéis e energia.
“Temos de proteger nossos resultados e temos nos adaptar”, disse o executivo. “O foco em eficiência é importante para proteger nossos resultados nesse ambiente.” Segundo Abreu, a companhia não tem uma meta estabelecida com um número de postos de trabalho, mas a intenção é reduzir parte da folha de pagamento. O executivo não confirmou o rumor de que os cortes poderiam atingir até mil empregos.
“Nós não estamos fazendo um plano de corte de empregos. O que estamos fazendo é um muito amplo plano de aumento de eficiência incluindo processos de reengenharia, na eficiência da infraestrutura e mais controles”, disse. Sem dar detalhes, o executivo afirmou que a empresa está fazendo uma análise de terceirizados e funcionários internos.
O plano estratégico para os próximos três anos manteve a previsão de investimento de R$ 14 bilhões no Brasil. A cifra exclui os gastos com compra de espectro. Após investir cerca de R$ 4,8 bilhões em 2015, a projeção é que o investimento tenha aumento em 2016, mas passe a diminuir em 2017 e 2018.
Com essas cifras, a expectativa é que a cobertura 4G da empresa se equipare a 3G por volta de 2017 e a ultrapasse até o fim de 2018, com cerca de 90% da população urbana coberta. Até 2015, a cobertura de 4G chegava a 59% e a de 3G estava em 82%.
O presidente do grupo Telecom Itália, Marco Patuano, disse estar preocupado com a situação política e econômica do Brasil, mas ressaltou que a empresa investe no longo prazo. “É claro que somos conscientes da atual situação e estamos prudentes com o que podemos e não podemos fazer”, disse.
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